Água é um artigo de luxo. Em hotéis e restaurantes sofisticados da Europa e dos EUA, é comum conferir a carta de vinhos e checar também a de água, composta por uma ampla oferta de marcas. Em Hollywood a moda é desfilar em festas repletas de celebridades carregando uma garrafa enfeitada de cristais Swarovsky. São bebidas premium que, além da qualidade da água, seduzem por sua bela apresentação. Outro fator que chama a atenção é a origem. Que tal sorver um líquido que brotou sob o círculo polar Ártico?

Como o mercado é concorrido, investir no design virou importante estratégia dos produtores. É o caso da finlandesa Veen, empresa aberta este ano que faturou o prêmio de melhor garrafa de 2007 em um evento que teve 169 candidatos. Um dos sócios, o designer Antti Eklund, é o responsável pela embalagem. “Veen é uma água natural da Lapônia. Não vendemos apenas água, estamos criando memórias”, diz. A marca custa R$ 26, está disponível em sete nações e negocia distribuição em mais 30, inclusive o Brasil. Ostentar prêmios de desenho, aliás, faz parte do charme. A inglesa Elsenham conquistou uma estatueta em 2005 por sua garrafa semelhante a um perfume. E a norueguesa Voss contratou um ex-diretor de criação da Calvin Klein para desenvolver sua embalagem, premiada em competições de design em seu país.

O apelo requintado tem funcionado. A argentina Lauquen saltou de 20 mil unidades vendidas em 2005 para 500 mil neste ano – a marca deve chegar ao Brasil em 2008 ao custo aproximado de R$ 18. Não é à toa, portanto, que a Evian acaba de lançar sua versão luxo, a Palace Bottle, que custa R$ 45. Os preços das águas premium podem assustar o consumidor daqui. “O brasileiro precisa aprender mais sobre essas águas. Elas são nobres e podem ser bebidas sem moderação”, brinca Renato Frascino, especialista em águas minerais e consultor de multinacionais do setor.