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Depois de passar como um furacão pelo computador e pelo celular, a internet chega aos carros este ano. As apresentações de grandes fabricantes automotivos e de autopeças na última edição do Consumer Electronics Show (CES), a maior feira de tendências tecnológicas do mundo, que aconteceu no início do mês, em Las Vegas, nos Estados Unidos, deu uma mostra do que a rede é capaz sobre quatro rodas. Pelo que se viu no evento, fazer buscas pelo Google e checar e-mails é só o começo. “A internet tem força para mudar muita coisa em um carro”, afirma Jomar Napoleão, vice-diretor do comitê de veículos de passeio da Sociedade de Engenheiros Automotivos (SAE) do Brasil. Para ele, entretenimento, navegação, conforto, segurança e manutenção são algumas das áreas que mais evoluirão. Turbinar a rede de sensores que já está presente nos carros de ponta é uma das missões da internet veicular. Hoje, centenas desses sensores funcionam espalhados pelo veículo, reunindo dados que ficam armazenados no computador de bordo, à espera da análise dos técnicos na próxima visita à concessionária.

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Com o carro conectado à web, esses dados serão remetidos, em tempo real, à montadora, que acompanhará o rendimento do veículo e sugerirá alterações de uso ou uma visita antecipada à concessionária. Assim funcionará o sistema MyFord Touch, desenvolvido pela Ford Motors e previsto para chegar ao mercado americano no segundo semestre do ano. “Os relatórios produzidos pelo carro também podem ser consultados pelo dono do automóvel em qualquer computador ligado à web”, explica Gustavo Schiavotelo, supervisor de desenvolvimento de produtos da Ford do Brasil. Outra frente que vai se expandir com a conectividade é a do entretenimento a bordo. Este ano, carros top de linha da marca Audi e BMW vendidos na Europa funcionarão como ponto de acesso à internet. Com a função ligada, até cinco computadores poderão entrar na rede por meio do veículo – número que pode subir para 20 com instalação de um roteador 3G da empresa americana AutoNet na mala do carro.

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E se algum passageiro não tiver um computador,não tem problema. Na BMW série 7, por exemplo, duas telas instaladas atrás do banco dianteiro dão acesso a todos os recursos multimídia do  carro. Mapas exibem a situação do trânsito e do clima em tempo real, tanto para o motorista quanto para os passageiros. E tudo funciona da forma mais intuitiva possível, com predomínio de telas sensíveis ao toque no lugar de botões. Para quem prefere ouvir música, as opções são quase infinitas. Nos Mercedes-Benz S600, por exemplo, o usuário pode criar uma biblioteca musical no computador de casa e  reproduzi-la no carro, como uma rádio pessoal. “O problema é o motorista se distrair demais”, lembra Harley Bueno, diretor de segurança veicular da Associação de Engenharia Automotiva (AEA).

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“Segurança e concentração ao volante ainda devem ser as prioridades de quem dirige.” Mas até nisso a conectividade dos novos carros ajuda. Nos EUA, por exemplo, além de prover entretenimento, o sistema OnStar, desenvolvido pela General Motors, tem operadores de plantão que podem ser acionados com o apertar de um botão. Hoje, seis milhões de carros circulam no país com o sistema, que também permite que os veículos repassem informações sobre estradas e ruas entre si, habilidade que os Mercedes-Benz S600 também têm na Europa. “O carro será um terminal de onde o usuário manda e recebe informação”, resume Napoleão.

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