A sexta-feira, 1º de abril de 2005, entra para a história como o dia em que terminou o longo e polêmico pontificado de Karol Józef Wojtyla,
o papa João Paulo II. Não há como não se emocionar com a agonia do chefe da Igreja Católica. Independentemente do credo ou da ideologia, o ritual da lenta morte do papa, transmitido em tempo real pela mídia globalizada, tem o efeito de um funeral cinematográfico, ainda que o Vaticano, até o fechamento desta edição, não tenha declarado oficialmente a sua morte.

Desde maio de 1981, quando sobreviveu aos tiros do turco Ali Agca, a saúde do papa fragilizou-se. Como um lutador exemplar, João Paulo II enfrentou várias dificuldades, além daquelas inerentes ao cargo. Em 1992, retirou um tumor do intestino. Sofreu quedas em 1993 e 1994. Em 2001, o diagnóstico foi o mal de Parkinson e, em fevereiro de 2005, começou sua lenta, porém tenaz, luta contra a morte, com problemas na traquéia, na laringe, introdução de tubos para facilitar a respiração e finalmente uma infecção generalizada.

Para seu sucessor, seja ele quem for, a tarefa não será fácil neste mundo cada vez mais pródigo em violência e injustiça social. Também será complicado lidar com a intolerância e com as dificuldades de conviver com diferenças – problemas que não poupam nem a própria Igreja Católica. Com tudo isso, temas como paz e fraternidade parecem tarefas reservadas para super-homens. Ou para santos.


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