Criada com o objetivo de unir esforços em torno das riquezas culturais e naturais do País, a Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio
Mundial (OCBPM) está organizando um grande encontro para este mês entre os prefeitos das nove cidades declaradas Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A intenção é discutir os problemas comuns às cidades, tentar direcionar planos e traçar metas de trabalho. “Temos as dificuldades inerentes a qualquer cidade e ainda temos de cuidar de um patrimônio nacional”, diz Tadeu Palácio (PDT), prefeito reeleito de São Luís (MA) e presidente da organização. Palácio espera, com essa união, conseguir atrair a atenção – e verba – do governo federal. Há tempos, Salvador, Olinda, Goiás, Ouro Preto, Diamantina, Congonhas, Brasília e São Miguel das Missões sofrem com a falta de estrutura para conservar sua história arquitetônica.

Em abril de 2003, um incêndio destruiu um casarão do século XVIII na cidade
mineira de Ouro Preto. O principal problema detectado foi a falta de hidrantes nas ruas e o difícil acesso do Corpo de Bombeiros pelas estreitas vielas da cidade. Meses antes, no mesmo centro histórico, um caminhão desgovernado bateu e danificou seriamente um chafariz de 300 anos. A situação de descaso não é diferente nas outras cidades. Em São Luís, por exemplo, que possui cerca de cinco mil casarões tombados pelo patrimônio histórico, também falta um sistema adequado de combate a incêndio. O trabalho da OCBPM se espelha em experiências de cidades históricas européias, que exploram de maneira positiva o título de Patrimônio da Humanidade. O Brasil tem tudo para aproveitar esse potencial no turismo. “Há muitas pessoas, do mundo todo, que procuram esse tipo de turismo histórico. Elas seguem um roteiro dos patrimônios. Aqui poderíamos fazer uma corrente das nove cidades”, diz Palácio.