Salman Rushdie foi jurado de morte pelo Aiatolá Khomeini em 1989. Até hoje, o escritor inglês de origem indiana é perseguido pela publicação de “Versos Satânicos”, que acabou por se tornar seu mais conhecido romance, apesar de se tratar de uma fantasia de fundo geopolítico sofisticado tão ficcional como as que publicou antes e depois.

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O seu mais recente livro, que chega ao Brasil agora pela Companhia das Letras, é uma bem arquitetada metáfora de sua condição de contador de histórias que vive com a ponta da lâmina de uma espada apontada contra a jugular. “Dois Anos, Oito Meses e Vinte e Oito Noites” é a soma das mil e uma noites durante as quais Sherazade precisou entreter seu marido e algoz, contando-lhe histórias em partes para que ele desistisse de matá-la. No romance, Rushdie cria histórias concêntricas entre mundos mágicos e culturas reconhecíveis de forma a manter o leitor tão completamente absorvido pela dança de véus da sua escrita que se tem a impressão de que a “fatwa” ordenada pelo líder islâmico nunca o alcançará, apenas para que possamos conhecer a sua próxima história.

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