A nomeação de Lula como ministro da Casa Civil atende a um projeto venenoso desenhado pela presidente Dilma e seu antecessor. Além da tentativa de obstruir a Operação Lava Jato, a iniciativa mira as eleições presidenciais de 2018. No governo, Lula assumirá as rédeas da política econômica, repetindo as velhas fórmulas que culminaram na crise atual. Ao lançar mão novamente do receituário populista que prevê crédito farto, irresponsabilidade fiscal, generosos subsídios a alguns setores e desapego às contas públicas, Lula espera, como fizera anos antes, conquistar uma parcela do eleitorado e, assim, ter alguma chance no pleito de 2018. 

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Populismo: A nomeação de Lula representa um golpe mortal
para a economia brasileira

 
O problema é que, cedo ou tarde, a conta vai chegar, e quem pagará a fatura será o conjunto da sociedade brasileira – trabalhadores, empresários, investidores, sejam eles ricos ou pobres. O plano econômico de Lula levará à quebra do Estado brasileiro, e esse pode ser um caminho sem volta. “Há um risco real que haja uma guinada à esquerda, o que seria péssimo para a economia”, diz Gesner Oliveira, professor da Fundação Getúlio Vargas. Uma das ideias desvairadas de Lula é usar os US$ 370 bilhões de reservas internacionais para pagar a dívida pública federal, criar um Fundo de Desenvolvimento e Emprego e destravar projetos de infraestrutura. 
 
A iniciativa representaria um golpe mortal para as finanças nacionais. As reservas funcionam como um seguro para o País. Sem elas, investidores sumiriam, e o Brasil ficaria exposto a qualquer intempérie internacional. Somente elevadas doses de irresponsabilidade poderiam levar alguém a surrupiar um dinheiro acumulado a duras penas, durante muitos anos. Os erros da política econômica petista deixaram pesadas nuvens sobre o País. Sob Dilma, o Produto Interno Bruto encolheu, a inflação ficou sem controle e o desequilíbrio fiscal se instalou – a dívida pública chegou a perigosos 66% do PIB. 
 
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Um terceiro mandato de Lula, que viria disfarçado na forma de ministro da Casa Civil, tem potencial para levar esses indicadores para patamares ainda mais baixos. “Seria um passo atrás”, diz o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central. Ao anunciar a nomeação do antecessor à Casa Civil, Dilma reafirmou o compromisso com o ajuste fiscal e garantiu: os ministros Nelson Barbosa, da Fazenda, e Alexandre Tombini, presidente do BC, “estão mais dentro do que nunca” e as reservas internacionais “não são a forma adequada de se solucionar questões de investimento”, como quer o PT. 
 
Não passa do discurso vazio de uma presidente sem poder e que não cola quando se lembra que Lula operou nos bastidores para a “fritura” do ex-ministro da Fazenda, o ortodoxo Joaquim Levy, que foi quem colocou o ajuste na pauta. Com Lula, a reforma da Previdência, que deveria ser uma prioridade para estancar o rombo da pasta, seria varrida para debaixo do tapete. No relatório de 2016, a consultoria Eurasia, de Nova York, previu isso e colocou o Brasil como um dos dez maiores riscos para a estabilidade global. “Se a presidente sobreviver (ao impeachment), o governo não ganhará impulso político necessário para avançar nas reformas econômicas urgentes para combater o crescente déficit fiscal do País”, diz o texto. 
 
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