A eleição do suíço-italiano Gianni Infantino, na sexta-feira 26, para a presidência da Fifa despertou mais dúvidas do que certezas a respeito do futuro da entidade máxima do futebol. Infantino estará mesmo disposto a varrer a rapinagem que enriqueceu cartolas como Joseph Blatter, o ex-comandante da Fifa, e o brasileiro José Maria Marin, preso nos Estados Unidos sob a acusação de ter pilhado milhões de dólares de contratos de publicidade? O novo chefe da organização vai tornar as decisões da Fifa, como a escolha dos países-sede da Copa do Mundo, mais transparentes? Ele manterá a promessa de incentivar a alternância de poder na entidade?

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CONEXÕES
Infantino era braço-direito de Michel Platini, suspenso da Fifa por corrupção

Durante a campanha, Infantino garantiu que promoveria transformações na Fifa. Seu currículo não dá indícios de que isso será realmente feito. Aos 45 anos, ele chegou à Uefa, a Confederação da Europa, em 2000. Desde 2009, ocupa o cargo de secretário-geral da entidade, e é aí que começam as suspeitas sobre sua disposição para reviravoltas. Na Uefa, foi braço-direito de Michel Planiti, suspenso no final do ano passado pelo Comitê de Ética da Fifa por ter embolsado 1,8 milhão de euros de um esquema de corrupção. É possível alguém tão próximo de uma engrenagem criminosa estar 100% limpo?

Ao contrário de seu colega suíço Joseph Blatter, um sujeito antipático que agia sorrateiramente nos bastidores, Infantino é afável e coleciona mais amigos do que desafetos. No mundo do futebol, ele ficou conhecido por seu papel de regente dos sorteios da Liga dos Campeões. Também é próximo de muitos jogadores – Cristiano Ronaldo entre eles – e ganhou espaço na disputa da Fifa graças ao discurso pacificador. No mesmo dia de sua eleição, foram anunciadas reformas importantes, como o limite máximo de 12 anos para que um mesmo presidente permaneça no poder, e a divulgação dos salários dos executivos da entidade. Já é alguma coisa.

Foto: Michael Probst/ap

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