Na quarta-feira 24, o plenário do STF decidiu indicar o ministro Teori Zavascki para o posto de juiz substituto no Tribunal Superior Eleitoral. A decisão foi comemorada no Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff e seus principais auxiliares sabem que as recentes descobertas da operação Lava Jato têm a deixado em situação bastante complicada na Justiça Eleitoral e a possibilidade de ter Zavascki entre os julgadores é de fato motivo para o governo comemorar.

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ELOGIO
Dilma disse a auxiliares que a escolha de Zavascki foi um de seus maiores acertos

No País em que a agenda política vem sendo determinada pela força tarefa do juiz Sérgio Moro, o ministro nomeado por Dilma em novembro de 2012 tem se mostrado o mais fiel dos magistrados do Supremo Tribunal Federal. A maior parte das decisões de Zavascki agrada ao governo e aliados. No final da tarde da sexta-feira 19, por exemplo, Zavascki autorizou o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) a aguardar julgamento em prisão domiciliar. Com a decisão, o ex-líder do governo no Senado, acusado de tentar interferir nas investigações da Lava Jato e flagrado em uma conversa articulando a fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, deixou a prisão onde estava desde novembro do ano passado. Nas últimas semanas, o senador vinha manifestando o interesse de fazer delação premiada, pois sentia-se abandonado pelo governo.

Em 13 de outubro, foi de Zavascki a decisão mais comemorada pelo Planalto desde que a presidente Dilma tomou posse em seu segundo mandato. O ministro acolheu liminar que suspendeu o trâmite de um processo de impeachment que ganhava força cada vez maior na Câmara. Com a determinação do ministro, o governo ganhou tempo e conseguiu, temporariamente, respirar. Dois dias depois, Zavascki acatou pedido da Procuradoria Geral da República e autorizou a abertura de inquérito para investigar contas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB- RJ) no Exterior, sem sigilo. Foi um petardo contra o deputado tido como o principal adversário do governo. Em dezembro, recusou pedido do MP para promover busca e apreensão na casa do senador Renan Calheiros, investigado na Lava Jato. Mas não é só nos casos relacionados ao Petrolão que Zavascki tem agradado ao governo. Em fevereiro de 2014, por exemplo, ele votou pela absolvição de Zé Dirceu e outros líderes petistas no crime de formação de quadrilha no processo do Mensalão.

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Fotos: ROBSON FERNANDJES/ESTADÃO; Alf Ribeiro/Folhapress 

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