O Ministério Público de São Paulo não tem mais dúvida: a técnica em enfermagem e ex-garota de programa Elize Araújo Matsunaga não estava sozinha em seu apartamento, na noite de 20 de maio de 2012, quando esquartejou o corpo do  marido, o empresário herdeiro da Yoki Marcos Kitano Matsunaga, após matá-lo com um tiro na cabeça. Na segunda-feira 15 o MP confirmou que já tem o nome de um suspeito que está sendo investigado. O inquérito sobre a cumplicidade foi instaurado a partir de reportagem exclusiva de ISTOÉ, demonstrando, por meio de laudos oficiais, que no local do esquartejamento (um dos quartos do apartamento do casal) havia, além de sangue da própria Elize, sangue de um outro homem, que não o de Marcos. “Esse inquérito surgiu depois que a polícia científica encontrou no local material genético de outra pessoa do sexo masculino, excluindo o de Marcos”, disse à ISTOÉ o promotor de Justiça José Carlos Cosenzo. “Um dos indivíduos que atuou tinha profundo conhecimento de anatomia, o outro não. E há ainda a questão do pouco tempo que levou o esquartejamento. Tudo isso deixa claro que havia uma terceira pessoa”.

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MENTIRA
Cai por terra a versão de Elize: ela tem cúmplices no esquartejamento
e na ocultação do corpo de Marcos Matsunaga

O promotor Cosenzo já tem também outra certeza: não foi somente no apartamento que Elize teve um colaborador, outros cúmplices ajudaram-na no momento da ocultação do cadáver, quando ela depositou sacos contendo partes do corpo de Marcos nas proximidades de um sítio na cidade paulista de Cotia. Uma clínica veterinária e um caseiro da região estão sendo investigados. Elize está presa na penitenciária feminina de Tremembé, onde aguarda julgamento pelo Tribunal do Júri. Ela afirma ter agido sozinha e praticado o crime em legítima defesa, versão que perde força diante das novas evidências. “Todos os recursos da defesa, possíveis e imagináveis, não foram reconhecidos e acolhidos pela Justiça. A ré será, contrariamente ao que queria, julgada por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima)”, diz Cosenzo. O júri de Elize ocorrerá ainda nesse primeiro semestre de 2016. Em breve, portanto, chegará ao fim o mistério sobre os seus cúmplices.

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VERDADE
Para o promotor Cosenzo, Elize matou por motivo fútil, usou
meio cruel e impossibilitou a defesa da vítima

Fotos: CARLOS PESSUTO/FUTURA PRESS; Pedro Dias/AG. ISTOÉ 

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