O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro investiga se o cardiologista Bruno Feijó Ouriques foi oportunista e burlou o sistema de cotas, destinado a negros, para ser aprovado (ficou em primeiro lugar) no concurso público de intensivista do Centro de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ouriques tem cursos de especialização na Universidade Harvard e na Fundação Getúlio Vargas, possui a pele clara mas se declarou negro na inscrição do concurso. No Brasil, a declaração de etnia é legalmente subjetiva, mas, como gera documentos públicos, quem mentir pode ser punido por falsidade ideológica. Isso é o que dizem leis infraconstitucionais. Acima delas, portanto, está a Constituição que determina que todo cidadão tem o direito de se autodeclarar pertencente à etnia que quiser (como ocorre, por exemplo, nos censos do IBGE).  


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