Nunca um protocolo científico foi assinado com tantas ressalvas e tantos alertas. Trata-se do documento sacramentado pela Autoridade para Fertilização Humana e Embriologia do Reino Unido, que permite à pesquisadora Kathy Niakan (foto) realizar experimentos genéticos com embriões humanos viáveis e congelados. É a primeira vez na história da humanidade que um cientista recebe oficialmente aval para manipular gene humano em busca de causas e tratamentos para enfermidades genéticas. Há fronteiras éticas claramente estabelecidas, dentro das quais, e somente dentro delas, Kathy poderá se mover, extirpando dos estudos o fantasma da busca da eugenia: ela utilizará células embrionárias de 14 dias, período de desenvolvimento do embrião no qual o número de células chega a 250. O primeiro passo de Kathy, tendo genes em mãos e podendo manipulá-los livremente, será o de estudar causas e correções da infertilidade.