Desde 1959, quando foi criada, a Barbie tem o mesmo corpo. É alta, magra, loira, tem olhos claros e corpo longilíneo. Há algum tempo, porém, esse modelo começou a ser questionado por incentivar a ideia de um padrão único de beleza. A discussão tomou tal proporção que a fabricante Mattel renovou toda a coleção da boneca. Na quinta-feira 28, lançou novos modelos de altura e silhuetas para suas Barbies. Aumentou as opções gradativamente e, hoje, já são quatro diferentes tipos de corpo, sete tons de pele, 22 cores de olhos e 24 tipos de cabelo. “As mães millennials [nascidas entre 1980 e 1990] são uma pequena parte da nossa base de consumidores, mas sabemos que serão o futuro”, diz Evelyn Mazzocco, responsável pela marca Barbie. A mudança vem, portanto, como um posicionamento no debate sobre os padrões de beleza impostos para as mulheres. Com várias opções, a mensagem é que não há padrões. Mas pode ser vista também como uma jogada de marketing, já que as vendas da boneca caíram 20% entre 2012 e 2014 e continuaram diminuindo em 2015.

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ME REPRESENTA
A boneca que existe desde 1959 tenta reconquistar o público
com uma mensagem: não existem padrões de beleza 

O título de brinquedo preferido das garotas foi perdido já algum tempo, principalmente com a ascensão das princesas da Disney. A maior delas, pelo menos em termos de venda, é Elsa, do filme “Frozen”. Ainda assim, há um nicho para ser explorado. Mães estão preocupadas em ensinar as filhas a aceitaram seus corpos. E qual a melhor maneira de mostrar isso se não já na infância? É por esse caminho que a Mattel tenta seguir para abocanhar um fatia perdida do mercado, agitar um pouco as redes sociais – a notícia das novas Barbies foi uma das mais compartilhadas e comentadas dos últimos dias – e voltar a colocar o nome de um dos seus principais produtos no topo das vendas.