A preparação para os Jogos Olímpicos passa agora por um importante evento teste, diferente das atividades esportivas que têm movimentado o calendário esportivo nos últimos meses: o Carnaval do Rio de Janeiro. Com a moeda nacional desvalorizada, turistas estrangeiros se voltam com um apetite maior para o Brasil. São aguardados pouco mais de 1 milhão de visitantes na cidade, sendo que 40% deles, segundo empreendedores da área, são estrangeiros – o que significa dez pontos percentuais acima da média histórica. A previsão de movimentação financeira neste período é de R$ 3 bilhões. Na Olimpíada, maior evento esportivo do mundo, são esperados pelo menos 500 mil estrangeiros. “Com o dólar e o euro altos, nos tornamos mais convidativos. Hoje, em vez de a gente ir para lá, são eles que estão vindo gastar aqui”, diz o secretário de turismo do Rio, Antônio Pedro de Mello.

OLIMPIADA-1-IE.jpg
TURISMO
Os estrangeiros ocuparam os hotéis, mas também estão utilizando outras
formas de hospedagens, como aluguéis de quartos e apartamentos

Erika Barreto, gerente do Ipanema Plaza Hotel, comemora a ocupação para os Jogos Olímpicos na Rio 2016. “Já estamos com todos os quartos reservados para o período da Olimpíada e, tudo indica, estaremos com a casa cheia também nos dias de Carnaval.” Ela explica que é comum chegar aos 100% de ocupação em cima da hora. Em geral, a duas semanas da maior festa popular do País, a taxa de ocupação dos hotéis do Rio é de de 70%, 15 pontos acima do mesmo período no ano passado. O secretário Mello admite que uma das maiores preocupações do Comitê Olímpico Internacional, desde o início das organizações da Rio2016, era justamente o setor de acomodações. Por isso foi criado em 2008 um “pacote olímpico” para aumentar a oferta de quartos e capacitar a mão de obra do setor de serviços.

IE2408pag42e43_FarraOlimpica-1.jpg

A iniciativa está dando certo em relação a hospedagem, como mostram os sites que alugam apartamentos ou quartos por temporadas, muito procurados pelos visitantes de outros países. Com relação ao setor de serviços, outra vertente do “pacote olímpico”, o termômetro será medido após a folia: restaurantes bancaram cursos de idiomas para seus funcionários, que também receberam programas de treinamento para melhoria no atendimento, como trabalhar com tablets com menus virtuais onde o cliente pode escolher a nacionalidade da língua com a qual quer se comunicar. Após o período de Carnaval, será possível saber se a cidade está realmente capacitada para receber bem os milhares de turistas estrangeiros que vão desembarcar.

Foto: Marcelo Fonseca/Folhapress; Avener Prado/Folhapress