por Débora Bergamasco

O material recolhido no mandado de busca e apreensão no diretório estadual do PMDB em Alagoas ainda está sendo analisado. Mas foram recolhidos documentos que já valeram a “visita”. A equipe encontrou diversos comprovantes de doações eleitorais. Parte deles possui valor coincidente com contribuições suspeitas de serem bancadas com dinheiro de corrupção. As chamadas “doações ilegais travestidas de legais”, como explicou um investigador da Lava Jato. O presidente do diretório é Renan Calheiros.

CONF-1-IE-4.jpg

Esgrima
O líder da bancada do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, dá como certa sua vitória para continuar no posto. Mas um cacique da sigla traça outra estratégia: lançar um candidato governista, porém “mais independente” de Dilma. “Ganharemos com votos dos oposicionistas e de parte dos aliados do governo.”

Charge_Cervero.jpg

Sem vista para o mar
A bancada de parlamentares do Distrito Federal começa a reivindicar a transferência da sede principal do BNDES do Rio de Janeiro para Brasília. O argumento é o de que não tem mais o menor cabimento o banco de fomento permanecer fora da capital federal.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Mais coisas a dizer
Além da Setal e da Camargo Correa, outras empreiteiras envolvidas no Petrolão estão sondando o Cade para analisar a viabilidade de fechar acordo de leniência ou TCC, quando a empresa confessa o crime, colabora, paga multa, mas permanece idônea.

Ainda mais coisas a dizer
O Cade começou a ouvir na última semana investigados e testemunhas do cartel do metrô de SP. Entre terça e quinta, foram seis ex-executivos da Siemens. Mais 68 pessoas serão ouvidas até março. O superintendente, Eduardo Rodrigues, finalizará parecer este ano.

Matemática financeira
O orçamento do Cade caiu em 2014 de R$ 26,3 milhões para R$ 24, 7 mi. Já a recuperação de dinheiro proveniente de corrupção pulou de R$ 169 mi para R$ 524 mi. Acordos de leniência ajudam. Dos 10 firmados neste ano, nove geraram ao menos um TCC.

Previsão do tempo
Bancos brasileiros e estrangeiros estão trabalhando com o cenário em que a presidente Dilma Rousseff consegue vencer o impeachment no Congresso no primeiro semestre com margem pequena. Depois disso, apostam que ela amargará um governo travado, como foi com o ex-presidente José Sarney.

Ponta de estoque
Diante desse cenário, empresas esperam para ir às compras. Uma grande companhia americana, por exemplo, está de olho na parte da OAS no consórcio de concessão de aeroportos. Mas foi orientada a esperar a crise piorar para conseguir um preço ainda melhor.

Gota de esperança
O ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, se entusiasmou com o Biovech, um larvicida de uso doméstico que atua contra o mosquito Aedes Aegypti, responsável pela transmissão da dengue, do Zika e da Chikungunya. Desenvolvido pela Neovech, o produto foi aprovado pela Anvisa em dezembro e é comercializado em pequena escala no RS. A pasta fará um estudo econômico para tentar viabilizar a produção do spray em grandes quantidades e levar sua distribuição ao restante do País. O produto usa uma bactéria com os cristais da proteína Cry que, ao serem ingeridos pela larva do mosquito, provocam sua morte.

Pressão sem fronteiras
Em meio à elaboração da nova edição do Ciência Sem Fronteiras, há uma disputa pelo perfil das vagas que serão ofertadas aos intercambistas. De um lado, Dilma e o Ministério da Ciência e Tecnologia defendem programa voltado completamente para a área de exatas. De outro, sob pressão das universidades, o MEC quer a inclusão de cursos de humanas.

Toma lá dá cá

RAUL JUNGMANN (PPS-PE), DEPUTADO FEDERAL MEMBRO DA CPI DOS FUNDOS DE PENSÃO

CONF-02.jpg

ISTOÉ – O sr. pretende pedir a quebra de sigilo do ministro Jaques Wagner, da Casa Civil?
Jungmann –
Primeiro precisamos ouvi-lo na CPI e ver suas explicações para depois analisar se é o caso. Mas, veja, esses fundos acumulam R$ 650 bilhões sem nenhuma fiscalização do Congresso, do TCU nem da Previc. Essa CPI passará de sapo a príncipe encantado.


ISTOÉ – Em 2015, as CPIs fracassaram. Como evitar o mesmo desfecho?
Jungmann –
Não podemos ser minoria e hoje a composição é pau a pau entre oposição e governistas. E está claro que este é um braço da mesma organização criminosa que operou o Mensalão e o Petrolão.

Rápidas
* Até o fim de março, o governo espera concluir a fase de testes toxicológicos da fosfoetanolamina, substância que ficou conhecida como pílula do câncer. Caso o resultado seja bom, o componente poderá ser testado em pacientes terminais.

* A situação financeira e social do Estado e da cidade do Rio devem se agravar ainda mais. Se tudo continuar dando certo e o cronograma das obras das Olimpíadas não atrasar, estão sendo previstos o fim de cerca de 40 mil vagas até o início das competições.

* Na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro, peemedebistas da região avaliam que, caso Pedro Paulo siga como o candidato da sigla, o principal adversário do grupo será Marcelo Freixo (PSOL). Seguido por Marcelo Crivella (PRB).

* Orgulhoso pela chegada do filho à presidência do Tribunal Superior do Trabalho, em 25 de fevereiro, o jurista Ives Gandra Martins conta os dias para a posse do herdeiro, que leva seu nome. “Sou coruja mesmo, vou fazer a claque de pai”.

Retrato falado
A justificativa do governo de dizer que vetou parte do compartilhamento de receitas de repatriação com Estados e Municípios para depois criar um fundo constitucional não convenceu. O presidente da Confederação Nacional dos Municípios em exercício, Glademir Aroldi, lembrou que a criação deste fundo só acontecerá por meio de uma emenda constitucional, o que não deve ser aprovado antes de 2017. Até lá, o governo usará o dinheiro para alimentar seu caixa.

CONF-3-IE.jpg

#SomosTodosJanot
Em meio ao turbilhão da Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a seus auxiliares um pequeno alívio na agenda. Quer desfilar nova silhueta e vem suando sobre esteira em sua casa. Chegou a exibir terno mais folgado antes de se render às delícias mineiras consumidas no fim de ano. De volta a Brasília, está firme na malhação.

CONF-4-IE.jpg

Coisas de Brasil
Ex-prefeito da pequena Paranapanema (SP), Beto Mendes foi alvo de 85 ações movidas por seu sucessor. Doze anos depois, venceu 79 e responde a 6, uma delas relatada por Humberto Martins, no STJ. Saiu da política e acha que levará mais 10 anos para se livrar dos imbróglios.

Colaborou: Mel Bleil Gallo
Fotos: Antonio Cruz/Agência Brasil; Luis Macedo/Câmara dos Deputados; Lucio Tavora/Folhapress


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias