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A Coreia do Norte anunciou hoje que realizou, com sucesso, seu primeiro teste com uma forma mais poderosa de bomba nuclear, aumentando os desafios da política externa dos EUA e destacando os limites da capacidade da China de manter seu instável aliado sob controle. A TV estatal norte-coreana noticiou que cientistas do país conduziram a detonação bem-sucedida de uma bomba de hidrogênio por volta das 10h desta quarta-feira, pelo horário local (11h30 de terça-feira, no horário de Brasília). O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) havia divulgado que um terremoto de magnitude 5,1 ocorreu por volta desse horário nas proximidades do local do teste nuclear, no nordeste da Coreia do Norte.

Especialistas dizem que ainda é incerto se os norte-coreanos desenvolveram a capacidade de construir uma bomba de hidrogênio. A magnitude da última explosão foi a mesma de um teste com uma bomba atômica realizado em 2013.

Autoridades nos EUA dizem que estão trabalhando para confirmar a alegação da Coreia do Norte. No passado, Washington questionou anúncios de avanços tecnológicos feitos pelos norte-coreanos. Por outro lado, o Pentágono afirmou no ano passado ter descoberto que Pyongyang está perto ou já é capaz de miniaturizar ogivas nucleares que podem ser acopladas a mísseis e lançadas em qualquer parte do mundo.

A Coreia do Norte já realizou três detonações de bombas atômicas, a última delas em 2013. Bombas de hidrogênio são mais poderosas e utilizam fusão nuclear para disparar uma reação em cadeira fora de controle.

"A força dessa explosão não parece ser grande o suficiente para se tratar de uma clássica bomba de hidrogênio", comentou Jeffrey Lewis, diretor do Programa de Não Proliferação do Sudeste Asiático do Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação.

Após o teste de hoje, em comunicado divulgado pela mídia estatal, a Coreia do Norte declarou que seus cientistas haviam medido "o poder de uma pequena bomba H".

A Coreia do Sul classificou o teste como uma violação das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), que proíbem o desenvolvimento de armas nucleares pela Coreia do Norte. Segundo o vice-chefe do escritório presidencial de segurança nacional da Coreia do Seul, Cho Tae-yong, Seul "condena veementemente o quarto teste nuclear" realizado por Pyongyang e deverá trabalhar com os EUA e outras nações para estudar as medidas apropriadas, que podem incluir novas sanções da ONU contra a Coreia do Norte.

No caso da China, esse último teste irá dificultar as relações com Pyongyang e a pressão internacional irá crescer para que Pequim participe mais de esforços para controlar a situação, de acordo com um especialista da Universidade de Fudan, em Xangai.