por Débora Bergamasco

Delatores implicados na Lava Jato e seus advogados já repararam e estão encafifados. Os investigadores da força-tarefa andam insistindo em perguntar reiteradas vezes se eles podem colaborar com algum tipo de informação sobre a Valec – Engenharia, Construções e Ferrovia S/A. A empresa pública é vinculada ao Ministério dos Transportes, pasta que nos últimos anos está sob o comando do Partido da República (PR). No início do governo Dilma Rousseff, o então ministro da pasta Alfredo Nascimento foi “faxinado”.

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Espalha rodinha
Certas atitudes do ex-deputado federal André Vargas andam incomodando colegas ilustres que estão presos na mesma cadeia do Paraná. Coisas de convivência: Vargas toma pouca distância do interlocutor, e às vezes quando fala respingam gotinhas. Ele também costuma encostar a mão enquanto conversa.

Pique esconde 
Para não se indispor com o colega, nem se violentar com uma companhia irritante, um dos empresários lá encarcerados foge de Vargas como o diabo da cruz. Quando o petista aparece, ele vai se esconder na biblioteca ou prefere ficar na cela sozinho.

Testosterona 
Um dos advogados da turma estrelada presa no Paraná conta que seu cliente está revoltado. Um dos famosos companheiros de cela, quando a noite chega, ele muitas vezes mais parece um adolescente nos tempos de puberdade.

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O fim e os meios
A nota do PT que abandona o senador Delcídio do Amaral, preso preventivamente, remonta a mágoas de sua atuação na CPI dos Correios. E, para alguns militantes, também é imperdoável quando o corrupto age apenas em benefício próprio e não pela causa do partido.

Homem dos sonhos
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) se distanciou do PT, mas tem ministro no entorno de Dilma sonhando em ter de volta “o melhor líder que qualquer governo pode ter”. Jucá foi líder no Senado tanto da gestão de FHC, Lula e início do Dilma I.

Sem saída
Agora em desgraça, não faltam versões de que a presidente Dilma nunca botou fé na candura de Delcídio. Ele só teria sido escolhido como líder do governo por falta de opção. Outros nomes possíveis como Humberto Costa e Gleisi Hoffmann já estavam implicados na Lava Jato. A denúncia contra o senador Delcídio estava arquivada.

Rei do gogó
Petistas do Senado não se surpreenderam quando Delcídio do Amaral foi flagrado “vendendo” influência no STF. Segundo relatos, ele costumava se gabar também do bom trânsito com o PGR, Rodrigo Janot. Por isso teria conseguido ficar de fora da “lista de Janot”.

Microcefalia
O governo estuda criar grupo de trabalho com os principais ministros da Esplanada para discutir a contenção do zika vírus, que se espalha pelo País. O GT interministerial também trataria de auxílio às famílias afetadas pela doença. Se vingar, será comandado por Jaques Wagner, da Casa Civil. Estudos apontam que o vírus pode causar microcefalia em bebês. Também existe a avaliação interna de que o governo não pode continuar paralisado diante das crises econômica e política e de escândalos de corrupção. O apelo é para que o Estado volte a se mobilizar com ações voltadas para o cuidado com a população.

Ampulheta
Termina na sexta-feira 4 o prazo para que a Mendes Jr. e a Odebrecht apresentem suas defesas no processo de responsabilização que corre na Controladoria Geral da União. O caso pode levar à declaração de idoneidade. Com a defesa em mãos, o ministro Valdir Simão pode pedir novas diligências. Mas a tendência é que já decida sem investigações suplementares.

Toma lá dá cá
MARCO AURÉLIO MELLO, MINISTRO DO STF

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ISTOÉ – A PGR tentará mudar a decisão de “fatiar” a Lava-Jato. O que acha?
Mello –
Sérgio Moro merece aplausos, mas não é o único habilitado para cuidar de investigações.

ISTOÉ – Há preocupação de que o caso Eletronuclear não caminhe tão rapidamente em outra jurisdição.
Mello –
A conclusão do ministro Teori foi a de que não há elo para ficar no Paraná e sim para ir para o Rio, onde se iniciou o delito.

ISTOÉ – Como deve ser decidido este recurso da PGR?
Mello –
Já tivemos a avant-première de uma decisão dessas no caso da senadora Gleisi Hoffmann. Eu não levantaria uma questão de ordem.

Rápidas
* Os bancos brasileiros estão pessimistas. Analistas do Itaú têm projetado informalmente para seus clientes a queda do PIB neste ano em 3,8%, podendo chegar a 4%. A retração prevista segundo divulgação do BC na semana passada foi de 3,15%.

* Já analistas do Bradesco, onde trabalhava o ministro Joaquim Levy, dizem aos clientes que a aprovação da CPMF acontecerá no ano que vem. Por isso, “bombam” agora investimentos que poderão ser menos vantajosos com o novo tributo.

* Parte da bancada do PMDB torceu o nariz para a ida do ex-reitor da UFG Edward Madureira à Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do MCTI, comandado pelo peemedebista Celso Pansera. “Defeito” do indicado: ser petista.

* Teori Zavascki, ministro do STF, está sendo tratado no momento como herói, por ter autorizado a prisão do senador Delcídio. Mas sabe que sua popularidade se tornará vilania assim que tomar uma decisão que beneficie algum investigado.

Retrato falado
Apesar de haver uma disputa de competências com o Banco Central na apuração sobre suposta formação de cartel entre bancos que teriam manipulado câmbio, o Cade está satisfeito com o fluxo no nível técnico de informações vindo da diretoria de Política Monetária do BC. Enquanto isso, o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior, José Augusto de Castro, vai esperar a conclusão do Cade e, se comprovado o cartel, a entidade entrará com ação indenizatória.

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E agora, peixe?
A divulgação de suposto acordo entre o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o senador Romário (PSB-RJ) para apoiar o PMDB à prefeitura carioca embolou o meio de campo entre tucanos e o ex-jogador. O “baixinho” já havia até confirmado presença na reunião articulada por Aécio Neves (PSDB-MG) para discutir aliança local entre PSDB, PSD, PTB e PSB.

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Medida certa
Após diagnóstico de hiperglicemia, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) decidiu mudar de vida. Gastou R$ 2 mil em roupas de ginástica como camisetas regata, shorts e garrafinha de água e decidiu que vai começar a correr. A dieta alimentar deixou para um segundo momento.

Colaborou: Mel Bleil Gallo
Fotos: SÈrgio Lima/Folha Imagem; Divulgação