Yolanda Mohaly percorreu diversos territórios e ultrapassou muitas fronteiras antes de chegar a ser uma das mais importantes artistas do abstracionismo informal brasileiro. Budapeste, São Paulo, expressionismo, canto lírico, aquarela, o sitio no Rio Grande do Sul, figura humana, abstração, aulas e trocas com Lasar Segall, arquitetura renascentista, geometria, tachismo expressivo, espiritualidade, cosmogonia. Foram muitas as terras percorridas pela artista falecida em 1978, aos 72 anos. “Como os astronautas, investigo o cosmos, o grande, o eterno universo, sua lei de equilíbrio, cor, luz, força e harmonia”, escreveu a artista em texto reproduzido no livro “Yolanda Mohaly – A Grande Viagem”, editado pela Dan Galeria e organizado pela historiadora da arte Maria Alice Milliet.

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O livro e a exposição na DAN Galeria tomam emprestado o título de um óleo sobre tela, pintado em 1966. Em ensaio, Milliet aborda vida e obra, apontando como os deslocamentos e as relações travadas no caminho foram decisivas para uma pesquisa artística que parte do comprometimento social com o sofrimento e a angustia da Europa entre-guerras, e culmina em uma pintura não metafórica, em grandes telas invadidas por manchas e cromatismo de grande intensidade. Mas que nunca perdeu o vigor expressivo, ou expressionista.

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