Durou 36 anos a intervenção do Estado comunista da China na vida pessoal dos habitantes do país, proibindo os casais de terem mais de um filho – ainda que o controle da natalidade seja necessário, deve ele se dar por meio de campanhas esclarecedoras e jamais através da força. Na semana passada tal política começou a mudar: agora um segundo filho é permitido – para não se dizer necessário e muito bem vindo. Motivos: a obrigatoriedade do filho único fez da China um país envelhecido, onerando demais a previdência, e a sua população economicamente ativa diminuiu sensivelmente – em 2014, por exemplo, a massa populacional abaixo dos 60 anos caiu pela terceira vez consecutiva. Como o governo privilegiava os filhos do sexo masculino (muitas mulheres que dariam à luz meninas eram forçadas a abortar), acumulou-se um excesso de 34 milhões de homens.