Há um ano, a BRF inaugurou uma fábrica no Oriente Médio. A unidade de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, é a maior processadora de alimentos da região e recebeu investimentos de US$ 160 milhões. Meses antes, a empresa brasileira havia comprado a Federal Foods, também de Abu Dhabi, por US$ 64,9 milhões, e a distribuidora Al Khan, sediada em Omã, por US$ 68,5 milhões. A estratégia deu um retorno rápido. Hoje, a Sadia, sua principal marca, é líder absoluta desse mercado e reconhecida por 92% dos consumidores. Até 2017, a BRF espera empregar 1,4 mil pessoas em sua unidade do Golfo Pérsico, quando deve atingir a capacidade de produção de 70 mil toneladas por ano. “A BRF é, atualmente, uma das maiores e mais internacionalizadas companhias brasileiras”, afirma Pedro Faria, presidente global da companhia. “Somos responsáveis por 14% do comércio mundial de aves.”

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Na liderança: Com uma estratégia agressiva no Oriente Médio,
a marca Sadia passou a ser reconhecida por 92% dos consumidores

Líder no mercado brasileiro de alimentos processados, a BRF está se tornando uma força internacional, não só por conta de sua atuação no Oriente Médio. Atualmente, a empresa exporta para 120 países, nos cinco continentes. Aliado a um alcance de 98% do território nacional, esse universo garante à companhia números invejáveis. O lucro líquido mais do que dobrou, no ano passado, ao registrar R$ 2,1 bilhões. O faturamento passou de R$ 27,7 bilhões para R$ 29 bilhões, uma expansão de 4,6%. Isso em um cenário difícil para as exportações. Em 2014, a balança comercial brasileira do setor de alimentos fechou com déficit de R$ 4 bilhões.

Para se estruturar como uma empresa global, a BRF descentralizou a tomada de decisões por meio da criação do cargo de general-manager, em cinco regiões. Um projeto de desinvestimento em ativos eliminou áreas pouco lucrativas, como as de bovinos e lácteos. Com um choque de gestão, a companhia aumentou a eficiência, conseguiu aproveitar a sinergia entre as marcas e ampliou a rede de distribuição. “Em uma conjuntura repleta de desafios e instabilidade no mercado, precisamos ser não apenas os maiores, mas os melhores naquilo que fazemos”, diz Faria. “Por isso, avançamos nos controles socioambientais e no pensamento de longo prazo.”

Essa ascensão se deve, ainda, a um amplo processo de reestruturação, capitaneado por Abilio Diniz. O empresário entrou para o Conselho da empresa em 2012 e escolheu o consultor Claudio Galeazzi, conhecido como “mãos de tesoura”, com quem já havia trabalhado no Pão de Açúcar, para montar uma operação de guerra, que culminou na saída de 10 dos 12 vice-presidentes da empresa. “As contribuições de Abilio à companhia são incontáveis”, diz Faria. “Ele trouxe para a BRF uma experiência imensa, de alguém capaz de inspirar nossos funcionários e identificar oportunidades.”

Foto: Kamran Jebreili 

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