O semanário francês “Charlie Hebdo” atraiu apoio e simpatia de praticamente todo o mundo ao sofrer o atentado terrorista islâmico que matou 12 pessoas no início do ano. Na semana passada essa unanimidade se esfacelou porque até o humor e a sátira precisam ter limites – não é questão de censura (interna ou externa ao humorista), é questão de bom senso. Em linguagem mais clara: muitas vezes vale a pena, sim, perder a piada do que perder o amigo. O “Charlie Hebdo” publicou caricaturas do menino sírio de três anos Aylan Kurdi, encontrado morto em uma praia turca. Em uma delas, ao lado de um cartaz que imita os do McDonald’s, está escrito: “Promoção! Dois menus infantis pelo preço de um”; em outra charge, lê-se “cristãos andam sobre a água” e “crianças muçulmanas afundam”. Quando do atentado, foi cunhada a homenagem “Je suis Charlie”. Na semana passada foi criada a sua antítese: “Je ne suis pas Charlie” (“Eu não sou Charlie”).


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