A educação é a base para o crescimento econômico. Mas não é somente a escola a responsável pela formação de bons cidadãos e, consequentemente, bons profissionais. O engajamento em atividades extracurriculares aumenta o escopo de aprendizado dos jovens e ajuda na ampliação do entendimento sobre o papel de cada um na sociedade. Além disso, o uso das escolas nos finais de semana e após o horário das aulas ocupa os espaços públicos, trazendo mais segurança ao seu entorno. Essas são algumas das recomendações da Unesco para a formatação de uma metodologia de desenvolvimento educacional eficiente, sustentável e de longo prazo. Foi a partir desse ponto de partida que a Odebrecht Óleo e Gás, braço para o setor de petróleo do grupo Odebrecht, desenvolveu o seu Programa de Responsabilidade Social na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, considerada a capital nacional do petróleo. O ponto central do projeto está na parceria com as escolas municipais para implantação, gestão, avaliação e execução de oficinas e atividades ligadas ao esporte, educação e qualificação profissional, no qual as diretoras têm um papel fundamental para inserção das ações da política pública municipal de educação e na mobilização das comunidades envolvidas. “O objetivo é gerar mais conhecimento e, consequentemente, maior engajamento social por parte dos jovens”, afirma Marco Aurélio Fonseca, diretor de sustentabilidade da Odebrecht Óleo e Gás. “Trata-se de um projeto que envolve toda a comunidade. Isso o torna sustentável, pois não depende, exclusivamente, da atuação de um patrocinador.”

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VIDA DE CAMPEÕES:
Desde 2007, a Odebrecht Óleo e Gás, em parceria com a prefeitura de Macaé,
desenvolve atividades esportivas e culturais nas escolas

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O programa começou a ser colocado em prática em 2007, em parceria com a prefeitura da cidade carioca. Inicialmente, foram identificadas pessoas nas comunidades com algum tipo de talento, seja artístico, profissional ou esportivo, para ministrar as aulas nas oficinas. Funcionários da Odebrecht foram mobilizados para atuar no apoio, no treinamento e na oferta da expertise para a implantação do programa nas escolas. Mais de 400 colaboradores da empresa participam do programa. Cursos de inglês, artesanato, ginástica, entre outras atividades socioeducativas, passaram a ser oferecidos em quatro escolas. “Não são atividades ligadas diretamente ao nosso negócio, mas, indiretamente, traz resultados para a empresa, pois, no futuro, teremos melhores profissionais”, afirma Fonseca. Com o tempo, novos talentos foram identificados nas comunidades e o escopo de atividades cresceu. Atualmente, são oferecidas oficinas de robótica, dança e, até, jiu-jítsu.

Pelas contas da Odebrecht, mais de 20 mil pessoas, considerando os jovens e suas famílias, já foram impactadas pelo programa. Trata-se de um número considerável, levando em conta que a população de Macaé é de, aproximadamente, 195 mil pessoas. A estudante Eduarda Santos, de 16 anos, é uma das adolescentes que vivenciaram uma grande mudança de vida, graças ao projeto. Ela frequenta, desde o ano passado, as oficinas de jiu-jítsu. “As aulas vão além da luta no tatame”, afirma Eduarda. “Aqui, aprendemos a pensar no futuro e em ter um bom emprego.” Para a estudante, o clima de amizade e companheirismo entre instrutores e alunos ajuda na motivação. Essa realidade é levada, também, para dentro de casa. “Adotei uma postura mais respeitosa com meus pais”, diz Eduarda. Já para Dheferson dos Reis, de 18 anos, os frutos de ter participado do programa já estão sendo colhidos. Ex-aluno de atletismo e do Caia na Rede, iniciativa de inclusão digital que faz parte do projeto, ele conseguiu ingressar no Programa Jovem Aprendiz, da própria Odebrecht, e acabou efetivado. Atualmente, faz um curso técnico em segurança do trabalho e pretende retornar ao programa como voluntário. “Eu era muito jovem quando comecei, tinha 14 anos, e, graças às oficinas, enxerguei possibilidades de crescimento pessoal e profissional”, afirma Reis. “Ninguém é tão bom que não precisa de ajuda. Um dia quero estar capacitado para ser voluntário e ajudar outras pessoas.”

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A violência, no entanto, segue sendo um grande obstáculo para o crescimento do programa. Em 2011, por exemplo, mudanças nas lideranças das facções criminosas que atuam no Rio de Janeiro aumentaram muito o risco para os voluntários da Odebrecht, que tiveram de interromper a sua participação. Para não cancelar o programa, a empresa decidiu reestruturá-lo, dando mais ênfase às necessidades locais e se aproximando das lideranças comunitárias. Em 2012 foi introduzido um novo modelo que conferia maior autonomia aos responsáveis pelas ações na comunidade, além de ampliar o número de jovens atendidos. A mobilização da sociedade foi muito grande, segundo Fonseca. “Tornar as ações de sustentabilidade independentes é fundamental”, afirma o diretor. “Não seria um projeto eficiente se dependesse de nós para sempre e não pudesse ganhar vida própria.”

Fotos: Geraldo Pestalozzi


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