A Justiça dos EUA recebe anualmente cerca de dois milhões de ações trabalhistas: é gente que foi demitida e vai aos tribunais alegando assédio moral, sexual e discriminação racial. Felizmente, um número bem menor de americanos demitidos decidem matar ex-colegas – mas, ainda assim, o total de casos é estarrecedor: 509 nos últimos anos. Na quarta-feira 26, também estarrecidos, os EUA e o mundo assistiram ao vivo ao assassinato da repórter Alison Parker e do cinegrafista Adam Ward, no jornal matinal de uma emissora afiliada da rede CBS, no momento em que faziam uma entrevista no condado de Bedford, na Virgínia. O assassino, Vester Lee Flanagan, era ex-colega de trabalho de ambos e fora demitido havia dois anos e meio (ele se suicidou quando fugia da perseguição policial). Flanagan deixou uma carta alegando que mataria seus ex-companheiros como protesto contra recentes assassinatos de negros por policiais brancos. E nela se autodefiniu como “um barril de pólvora”.