O senador Fernando Collor valeu-se na semana passada de uma grosseria estratégica na tentativa de esfumaçar a acusação de envolvimento no esquema de propinas da Petrobras. A grosseria foi chamar de “fdp” o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quando discursava na tribuna do Senado sobre a apreensão de seus carros de luxo pela Operação Lava Jato. A estratégia vem junto ao baixo calão: Collor quer transformar o fato político do qual é acusado (receber R$ 26 milhões) em algo passional, como se tudo não passasse de uma desavença pessoal entre ele e Janot. É uma forma de o senador se vitimizar, achando equivocadamente que Ministério Público, Polícia Federal, Poder Judiciário e a população brasileira cairão na armadilha.