PMDB tem governistas divididos
Embalado pela avaliação palaciana de que dá para reverter o favoritismo de Itamar Franco nas prévias do PMDB, o deputado Michel Temer está se preparando para entrar no páreo. Exige apenas que toda a máquina governista seja acionada para conquistar o apoio de prefeitos e lideranças regionais. Na ótica política de Temer, mesmo perdendo para Itamar, ele sairá vitorioso do embate se conseguir 40% dos votos, credenciando-se como líder da dissidência que apoiará a candidatura governista ao Planalto. Mas podem estar furadas as contas e os cenários otimistas traçados pelo líder Geddel Vieira Lima e pelo ex-governador do Rio Moreira Franco. Governistas de carteirinha como os senadores Renan Calheiros e Sérgio Machado acreditam que terão mais chances de vitória nas disputas pelos governos de seus Estados se o PMDB tiver uma candidatura competitiva à Presidência da República (leia-se Itamar Franco). Sem contar que a maioria dos candidatos a governadores pelo PMDB vem com discursos de oposição, como Maguito Vilela (Goiás), Roberto Requião (Paraná) e Pedro Simon (Rio Grande do Sul).

 

Nosso pirão primeiro
Na reunião de terça-feira 30 com o Secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, os líderes na Câmara chegaram com um pedido especial: que a nova alíquota de 35% do Imposto de Renda das pessoas físicas fosse estabelecida para a parcela dos salários acima de R$ 8 mil, coincidentemente quanto eles próprios recebem. Não vai dar. Valerá para rendimentos acima de R$ 7 mil. As alíquotas serão de 10%, 15%, 25%, 30% e 35%. Pelas simulações da Receita, quem ganha mais de R$ 6,5 mil ao mês sentirá a tungada do novo IR. Quem ganha menos, não sentirá.

 

O meu, o seu, o nosso…
Números da renegociação da dívida de agricultores que o governo acaba de fechar com a bancada ruralista: foram beneficiados 406 mil produtores que não pagavam um total de R$ 17,2 bilhões aos bancos oficiais. Desse grupo, os grandes agricultores são apenas 9 mil, mas detinham 40% da dívida.

 

Fechando o cerco
Na dúvida se conseguirá derrotar o PT nas eleições de 2002, o Palácio do Planalto fechou com o PFL, o PSDB, o PPB e os governistas do PMDB a estratégia para paralisar, no Congresso, um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Vão aprovar, junto com o projeto de regulamentação do sistema financeiro, a autonomia do Banco Central. Ou seja, a esquerda não mandará na economia. Quanto à CPMF, só valerá durante uma parte do primeiro ano de governo. Acaba em 2003, mesmo.

 

Agora vai!
Os líderes dos partidos na Câmara fecharam a agenda de votações até o final do ano. Incluíram o projeto de emenda constitucional número 455, que permite a participação do capital estrangeiro em até 30% nas empresas brasileiras de comunicação.

 

Rápidas

O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), está fechando acordo com o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB-CE) contra os oposicionistas Paes de Andrade e Sérgio Machado.

Na CPI do BEC, aberta pela Assembléia Legislativa do Ceará, Tasso tem quatro votos, contra outros quatro da oposição. O nono voto é do deputado Maurinho, ligado a Ciro Gomes.

O ministro Eliseu Padilha deixa o governo direto para a tropa de choque do PMDB oposicionista do Rio Grande do Sul. Acompanhará o senador Pedro Simon rumo a Itamar Franco.

O novo ministro peemedebista Ney Suassuna já entra no governo em campanha contra o colega José Serra. Ele acha que o ministro da Saúde foi quem mais retardou sua posse.