Por essa Bill Gates não esperava. Enquanto tenta evitar que a poderosa Microsoft seja dividida em duas, conforme decisão da justiça federal dos EUA, mais um problema cai como uma bomba nos quartéis-generais da empresa no Estado americano de Washington. Um grupo de seis atuais e ex-funcionários da companhia decidiu na quarta-feira 3 se juntar ao ex-empregado Rahn Jackson em uma ação por discriminação racial. Alegando ter sido prejudicado em promoções e compensações por causa da cor, o grupo pede a bagatela de US$ 5 bilhões em indenizações.

O horizonte é cinzento para Bill Gates. Willie Gary, advogado do grupo, é bastante experiente em ações do tipo – já ganhou um processo contra a Disney no ano passado e também representa ex-funcionários que processam a Coca-Cola por discriminação. Outro azar de Gates: o juiz encarregado do processo, Thomas Jackson, é o mesmo que deu ganho de causa ao governo na ação antitruste que moveu contra a companhia, que tenta desesperadamente recorrer da decisão que a obriga a se subdividir em várias empresas.

“Não toleramos discriminação no emprego”, diz Dean Katz, porta-voz da gigante de softwares. Ele afirma que apesar de apenas 2,7% dos mais de 27 mil funcionários serem negros, 22,7% pertencem a minorias diversas.

Para evitar surpresas desagradáveis como essa, o portal americano Yahoo anunciou na semana passada que vai fazer de tudo para impedir que material violento que promova o racismo seja divulgado em suas páginas de leilões e classificados. Há um mês, mais de mil objetos relacionados ao nazismo e ao grupo racista americano Ku Klux Klan, como uniformes de campos de concentração e revistas, estavam à venda no site. A decisão foi, em parte, uma resposta à pressão exercida pela Justiça francesa, que deu em novembro um prazo de 90 dias para que o Yahoo impedisse o acesso de usuários franceses a sites de venda de objetos nazistas.