23/03/2005 - 10:00
Uma parceria entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco Comercial Português (BCP) vai facilitar a vida dos brasileiros residentes nos Estados Unidos e no Canadá e tirar muita
gente das mãos de doleiros. A partir da terça-feira 22, eles poderão enviar recursos para o Brasil, abrir contas e fazer investimentos sem burocracia e pagando taxas mais baixas. Uma rede de 18 agências da instituição portuguesa espalhadas nos dois países aceitará remessas de dinheiro de brasileiros, inclusive de quem não é cliente, bastando apresentar um documento de identificação e os dados do destinatário da remessa. Segundo maior mercado receptor de dinheiro na América Latina, atrás apenas do México, o Brasil registrou a entrada de US$ 5,8 bilhões de recursos de imigrantes em 2004, de acordo com o relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O convênio entre as duas instituições financeiras será assinado durante uma cerimônia na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). Trata-se de mais uma etapa do projeto de internacionalização da Caixa, iniciada no ano passado com o serviço de remessas e investimentos via internet, mas através da utilização de um cartão de crédito internacional.
O convênio com os portugueses coloca a Caixa em condições de disputar com outros bancos a preferência dos mais de 2,5 milhões de brasileiros que estão trabalhando fora do País. Hoje, esse mercado vem crescendo a um ritmo superior a 15% ao ano. Pelos dados do BID, 1,3 milhão de brasileiros enviam regularmente dinheiro para suas famílias no País. Em média, eles chegam a fazer 9,7 remessas por ano no valor de US$ 500. Estados Unidos e Japão lideram em volume, com US$ 2 bilhões, seguidos pela Europa, com US$ 1 bilhão. A estratégia da Caixa para ganhar participação é facilitar e desburocratizar a operação, especialmente nas cidades onde há maior número de brasileiros residentes, como Nova York e Nova Jersey, nos EUA, e mais sete cidades canadenses. E, também, reduzir a ilegalidade praticada por doleiros do Brasil e de fora na intermediação dessas remessas. Com o início das operações com o BCP – um dos maiores grupos financeiros privados de Portugal –, os cidadãos brasileiros que não dispõem de cartão internacional ou preferem um atendimento pessoal poderão ter acesso ao serviço de remessas diretamente nos balcões da instituição portuguesa. Outra vantagem que será oferecida, segundo a Caixa, é a taxa cobrada pelo envio do dinheiro, que cai para 2,5%, contra a média do mercado internacional de 8,5%.
