Investigações em curso indicam que um empresário português ligado a Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão de Lula, foi beneficiado com dinheiro da Fundação Postalis, a previdência dos funcionários dos Correios. Mais de R$ 200 milhões foram usados para a compra de cédulas de crédito imobiliário. Uma dessas CCIs foi emitida pela Riviera Empreendimentos, de Emidio Mendes e Carlos Vespoli. Vavá atuou como lobista de Mendes no primeiro mandato de Lula, inclusive na busca de negócios com a Petrobras. Outra CCI podre está em nome da J2HA, de Alberto Fuzari Neto, sócio do ex-presidente do Banif Antonio Julio Rodrigues.

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Lavagem a seco
Vespoli e Fuzari estão envolvidos numa mega-fraude no banco português. Segundo processo judicial, o grupo de dirigentes do banco, inclusive seu presidente, aprovou uma série de empréstimos irregulares para empresas ligadas aos próprios administradores. Suspeita-se que os certificados de dívida comprados pelo Postalis tenham lastro nesses contratos fajutos.

Baixando a poeira 
Ninguém viu em Brasília o deputado federal Luis Sérgio (PT-RJ), mencionado em denúncia de ISTOÉ como suposto beneficiário de desvios da Postalis. Outro envolvido, o senador Lindberg Farias (PT-RJ) viajou em missão à Venezuela.
Só Renan Calheiros deu as caras no Congresso.

Os segredos de Hage  
Ex-ministro da CGU, Jorge Hage pediu à CPI da Petrobras uma semana de prazo para “se preparar” para audiência. Ele comandou a CGU no período dos desvios do petrolão e pediu demissão logo que o escândalo atingiu a cúpula do PT. Hage nunca concordou com delações premiadas.

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A cor do dinheiro
Policiais federais dizem que Carlinhos Cachoeira trocou o ramo de caça-níqueis pelo poker, permitido pela legislação brasileira. A modalidade “cash game” virou febre nos subsolos de mansões no Lago Sul em Brasília. Para entrar no jogo, é preciso desembolsar no mínimo R$ 2 mil em cash.

Paraíso asiático
Pela análise das quebras de sigilo dos envolvidos na Operação Lava Jato, a Polícia Federal se deu conta de que doleiros e empresários passaram a operar muito mais na Ásia do que no Caribe ou nos Alpes. Os velhos “paraísos fiscais” ficaram manjados e as autoridades estão mais atentas.

Contrato melado
A nova direção do Postalis calcula em R$ 3,5 bilhões o prejuízo financeiro (real) com investimentos em negócios obscuros, como os realizados com o grupo Galileo e a Riviera Empreendimentos. Para reaver essa dinheirama, está movendo histórica ação judicial contra o BNY Mellon, que tem contrato de exclusividade e autonomia sobre a escolha dos investimentos.

A ordem é destruir
As oitivas dos envolvidos na Operação Zelotes têm sido constrangedoras para procuradores e policiais, que mostram não conhecer o funcionamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Os advogados dos réus aproveitam para desmontar o processo.

Caminho pavimentado
Os perdões bilionários concedidos pelo governo do PT a nações sul-americanas e africanas estão diretamente relacionados à entrada nesses países de empreiteiras brasileiras. A exportação de bens e serviços por meio de empréstimos do BNDES exige que os beneficiados não tenham débitos com o Brasil. Trata-se de uma regra para evitar que um governo estrangeiro dê calote e ainda se beneficie de empréstimos a juros baixos e longo prazo. Empresários chamam isso de “relação ganha-ganha”. Na Polícia Federal, o nome é outro.

A Briga Por Marta
Aliados de primeira hora em São Paulo, PPS e PSB travam uma disputa feroz pelo passe da senadora Marta Suplicy, ex-PT. O projeto do PSB era filiar Marta ainda no primeiro semestre, mas a senadora vem adiando a filiação e o PPS entrou na briga. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) já disse que gostaria de ver Marta no PSB.

Toma lá dá cá

PRESIDENTE DO TSE, DIAS TOFFOLI

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ISTOÉ – O sr. quer usar o cadastro eleitoral como base para um novo registro civil nacional. Por quê?
Toffoli –
A ideia é criar uma nova forma de identificação mais segura, uma nova matriz. Por meio desse registro, evitaremos fraudes financeiras, na Previdência, no FGTS e no Bolsa Família.

ISTOÉ – Os dados biométricos dos eleitores também serão usados?
Toffoli –
Assim os cidadãos não terão necessidade de se recadastrar para o registro civil, pois os dados já estão na Justiça Eleitoral. Tudo estará registrado num cartão que será entregue a cada brasileiro.


ISTOÉ – Qual a diferença do registro único para o atual sistema de identificação?
Toffoli –
Ele evita que uma pessoa se passe por outra. Nas eleições do ano passado, fizemos um cruzamento do cadastro biométrico com a emissão de documentos civis e chegamos a identificar uma pessoa que usava 30 nomes diferentes.

Rápidas

* Irmão do ministro Aloizio Mercadante, o coronel Oliva Neto é diretor de Planejamento Estratégico da Odebrecht Defesa e Tecnologia. Ele é o nome da empreiteira para projetos militares bilionários, como o da construção do submarino nuclear.

* A Transparência Internacional fará workshop em Lisboa com a participação dos procuradores brasileiros José Roberto Pimenta e Leonardo Augusto Cezar. O empresário Hermes Magnus, testemunha-chave do processo que originou a Lava-Jato, é convidado especial.

* Um manto de sigilo cobre a operação policial que prendeu na China integrantes de um grupo de contrabandistas de carne brasileira. O esquema internalizava no país a mercadoria exportada para o Japão. Haveria brasileiros envolvidos.

* Desde 2006, repousa na Câmara proposta de criação da Lei de Responsabilidade Educacional, para traçar metas de aplicação de recursos públicos, erradicação do analfabetismo e desempenho escolar. Uma boa ideia, que Dilma desconhece.

Retrato falado

Parlamentares contrários à redução da maioridade penal apelaram para a ajuda de juristas a fim de tentar convencer os colegas de Parlamento a não alterarem a Constituição. Segundo o deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS), há o risco de que menores vítimas de abuso sexual passem a ser consideradas responsáveis por seus atos sob alegação de sexo consentido.

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Loures, o articulador
Embora tenha assumido a articulação política, o vice-presidente Michel Temer delegou ao ex-deputado Rocha Loures o trato diário com políticos. Loures recebe as demandas de parlamentares por verbas e cargos, fala com ministros e repassa diretrizes do chefe sobre votações. Mas quem decide quem entra na agenda de audiências é a poderosa secretária Nara de Deus.

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Limpando o tacho
O PT acertou com o PMDB a aprovação do polêmico projeto que libera a atividade de mineração em terras indígenas. Uma comissão especial foi criada para agilizar a aprovação da proposta na Câmara – o texto de Romero Jucá (PMDB/RR) já passou no Senado. Para ativistas, a atitude do governo Dilma é mais uma prova do desespero para aumentar a arrecadação. O Palácio do Planalto espera obter R$ 1,5 bilhão com impostos sobre a exploração das reservas.


Colaborarou Josie Jerônimo
Fotos: Frederic Jean/ AG. Istoé; Moreira Mariz  


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