A greve de fome de Henrique Pizzolato é um xadrez. O ex-diretor do BB anunciou que parou de comer na quinta-feira 11, na penitenciária em que está preso na cidade de Modena, após o governo da Itália confirmar a sua extradição ao Brasil – ele fugiu para lá valendo-se de passaporte falso em nome de um irmão falecido, pouco antes de ser condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do mensalão (corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro). Na semana passada, o Tribunal Administrativo do Lazio decidiu pela extradição e deu ao governo do Brasil o prazo de 20 dias para ir buscá-lo – cabe um derradeiro recurso ao Conselho de Estado, última instância da Justiça italiana. Com a greve de fome, Pizzolato tenta subir da sua condição de preso comum do mensalão ao patamar de preso político. Não adianta: o julgamento do STF que mandou os mensaleiros para a cadeia definiu o caso como crime comum.