Uma casa erguida a custo reduzido, com baixo consumo de eletricidade e pouca emissão de gases estufa, os responsáveis por acentuar o aquecimento do planeta. O que parece sonho vai se tornar realidade em pouco tempo. A Casa Ecológica, projeto da coordenação de programas de pós-graduação em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, começa a ser construída esta semana. “Essa moradia será importante do ponto de vista ambiental, energético e social”, afirma o professor Luciano Basto, coordenador do trabalho. O protótipo terá 46 metros quadrados e o cimento, feito com rejeitos industriais, já começou a ser produzido.

Um dos segredos do imóvel está nos tijolos que não serão fabricados em fornos de olarias, como os convencionais, mas serão prensados. A madeira é artificial, feita de material plástico reciclado, e o mesmo processo servirá para criar uma espécie de mármore de efeito decorativo. A inovação fica por conta das telhas de fibra de coco e do teto impermeabilizado, onde será plantada uma grama especial. “Isso serve para refrescar a casa, repor a vegetação das cidades e reter o carbono que polui o ar”, explica Basto.

O alicerce da casa ecológica prima por integrar o imóvel à natureza. O projeto arquitetônico privilegia a circulação do ar e faz um uso mais racional da luz. Evita a utilização de vidros fumê, por exemplo, que exigem iluminação artificial e ar-condicionado constantemente ligados. “No processo de construção também haverá uma economia de 90% no consumo de energia e de 97% na emissão de gases poluentes”, ensina o professor Basto. Uma vantagem importante: o custo da construção cai pela metade.