Os jovens Caio de Souza e Fábio Raposo, ambos de 23 anos de idade e que estavam presos por terem acendido e disparado o rojão que em fevereiro de 2014 matou no Rio de Janeiro o cinegrafista Santiago Andrade numa manifestação contra o governo federal, não mais serão julgados por homicídio qualificado – crime que, em caso de condenação, poderia levá-los a cumprir entre 12 e 30 anos de reclusão. Desembargadores que julgaram o caso entenderam que se trata apenas de crime de “explosão seguida de morte” com pena de dois a oito anos de prisão. A rigor, Caio e Fábio não tinham a intenção de matar ninguém mas assumiram o risco de fazê-lo ao soltarem o rojão na manifestação – nada diferente de um motorista bêbado que atropele e mate ou de um maluco que invada uma escola, dispare bombas a esmo e acabe assassinando crianças. Também nesses dois casos a Justiça diria que não é homicídio? O Ministério Público vai recorrer da decisão e eles podem voltar para a cadeira.