As regras do concurso da Ordem dos Advogados do Brasil, ao qual todo bacharel em Direito tem de se submeter para o exercício da profissão, proíbem que os candidatos usem “acessórios de chapelaria” durante o exame. O véu chamado hijab que esconde cabelos, parte do rosto, orelhas e pescoço das mulheres muçulmanas se enquadra entre tais acessórios, segundo organizadores da prova. Daí nasceu uma das maiores polêmicas vistas até hoje nesse concurso. Charlyane Silva de Souza foi ao exame na semana passada, em São Paulo, trajando o hijab e se recusou a tirá-lo alegando que a peça integra a sua cultura e religião: “Não é um acessório, é uma vestimenta”. Charlyane diz que teve de mudar de sala com a prova já iniciada (pois só tiraria o véu num ambiente em que estivesse sozinha, jamais em público) e tudo isso a constrangeu e consumiu-lhe uma hora do exame. A OAB afirma que a tratou de forma igualitária, já que véus são proibidos, e que todo o procedimento não demorou mais que 15 minutos.