Inezita Barroso entra para a história da música brasileira como uma das maiores cantoras do gênero sertanejo – ou caipira, como ela própria preferia classificar aquilo que tanto cantou e divulgou, sobretudo no programa da TV Cultura de São Paulo chamado “Viola, Minha Viola” (três décadas e meia no ar). Mas Inezita Barroso, nascida e criada no meio essencialmente urbano e intelectualizado e formada em biblioteconomia, entra também para a história da antropologia brasileira como uma das grandes pesquisadoras de nosso folclore. Ela morreu aos 90 anos de insuficiência respiratória, no domingo 8, em São Paulo – mas as duas Inezita se tornaram imortais para a cultura brasileira, a artista e a folclorista. Dois de seus sucessos arrasadores são “Lampião de gás” e “Marvada pinga”. Essa última, engraçada, vale a pena recordar um trecho: “com a marvada pinga é que eu me atrapaio/eu entro na venda e já dou meu taio/pego no copo e dali num saio/ali memo eu bebo, ali memo eu caio”