Dez anos atrás, quando três ex-funcionários da rede de pagamentos online PayPal se juntaram para criar um site de compartilhamento de vídeos, eles não imaginavam que a ideia se transformaria num colosso avaliado em US$ 40 bilhões. Hoje o YouTube recebe 300 horas de vídeos por minuto, mas é muito maior que isso. A plataforma comprada por Larry Page e seus sócios do Google por US$ 1,65 bilhão, em 2006, transformou a maneira de se consumir vídeo no mundo e criou um mercado bilionário. De acordo com o banco de investimentos Jefferies, de Nova York, os anúncios de vídeos na internet serão responsáveis por uma indústria de US$ 17 bilhões só nos Estados Unidos, nos próximos dois anos. O banco afirma que a receita com propaganda do YouTube saltará de US$ 5,9 bilhões para US$ 8,9 bilhões em 2016 – pouco mais da metade disso vai para os produtores de conteúdo. Ainda assim, segundo o Wall Street Journal, o terceiro site mais visitado da internet não é lucrativo.

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O DESAFIO DA LUCRATIVIDADE
Larry Page, presidente do Google, comprou o site por US$ 1,65 bilhão, em 2006

Para Ignacio Perrone, consultor de Telecom da Frost & Sullivan, a vantagem do site é o fato de se assemelhar a uma rede social. “Quem dita o conteúdo é a multidão que o cria”, diz.

“Os usuários podem comentar e compartilhar, criar tendências e fenômenos virais. Para o Google, tudo isso é matéria prima grátis.” Transformar o YouTube num negócio rentável é seu maior desafio. “Ele ainda não encontrou um modelo ideal de publicidade pouco intrusiva”, afirma Alessandro Lima, presidente da E.life, consultoria de redes sociais. “A propaganda que aparece antes dos vídeos tem enorme rejeição.” Além disso, grande parte de seu público é composta de adolescentes, uma faixa etária tradicionalmente com baixo poder aquisitivo. Os especialistas não descartam que, num esforço para aumentar sua receita, o site passe a cobrar pelo acesso a parte de seu conteúdo. 

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