Pesquisadores dos EUA e da Etiópia anunciaram na quinta-feira 5 a descoberta de parte de uma mandíbula fossilizada que pertenceu ao mais antigo ancestral do homem – evolutivamente além da família dos macacos e, portanto, já no interior da família dos Homo. Ela foi encontrada no sítio arqueológico etíope de Lee Adoyta, pode ser datada em 2,8 milhões de anos e se torna a mais nova e importante peça no quebra-cabeça da escala evolutiva montada pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882). É, assim, a comprovação científica do elo que faltava para a fixação de nosso estreito parentesco com o chamado Homo habilis, que já possuía cérebro maior que seus ascendentes e construía com as próprias mãos ferramentas de pedra lascada.

Um detalhe chamou atenção dos cientistas: ainda que a mandíbula se pareça mais com v (como a dos primatas) e menos com a letra u (a exemplo dos Homo), os dentes não mais são enormes, numa demonstração de que esse ancestral já consumia alimentos bem menos duros.