Para organizar eventos esportivos, a prefeitura de São Paulo tem contratado entidades de fachada, suspeitas de irregularidades e ligadas a aliados do prefeito Fernando Haddad (PT) sem licitação. Uma das beneficiárias é a Federação Paulista de Lutas e Artes Marciais (Feplam). Recebeu R$ 1,6 milhão em convênios firmados em 2014. A Feplam é presidida por Fernando Couto, principal cabo eleitoral do vereador Aurélio Miguel (PR), aliado de primeira hora de Haddad. Couto também preside o Instituto Mais Esporte, que recebeu R$ 600 mil para realização de eventos esportivos no ano passado. O programa “Juventude contra o crack”, uma das bandeiras do vereador e atual secretário estadual de Esportes, Jean Madeira (PRB), também aliado de Haddad, foi beneficiado com convênios que totalizaram R$ 381 mil em 2014. O programa foi implementado pelo instituto Esporte e Vida.

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CONVÊNIO ALIADO
Haddad beneficiou associação ligada ao vereador Aurélio Miguel,
do PR, ao fechar convênio de R$ 1,6 milhão

Além de contratar entidades ligadas a políticos próximos de Haddad, a prefeitura também firmou convênios com associações suspeitas de irregularidades. Entre elas, o Instituto de Desenvolvimento Cultural, Esportivo e Social do Estado de São Paulo (Idecesp). O Instituto foi pego na “malha fina” da prefeitura e obrigado a devolver R$ 233 mil do R$ 1,1 milhão que recebeu em 2013, depois que a Controladoria Geral do Município (CGM) descobriu que parentes do presidente da entidade realizavam atividades financiadas com dinheiro público. Outra entidade beneficiada pela prefeitura de São Paulo, apesar das suspeitas de irregularidades, foi o Projeto Mefibosete. No mesmo ano de sua criação, fechou contratos de R$ 450 mil para torneios de tênis e handebol. No endereço registrado do Projeto Mefibosete funciona uma igreja evangélica.

A Secretaria Municipal de Esportes tem autonomia para firmar convênios desde 2007. Para o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), da bancada oposicionista, falta estrutura e critério à secretaria na hora de fechar contratos. “É fundamental que se tenha uma estrutura na secretaria para que se faça uma boa análise das entidades e dos programas. Dessa forma, não ocorrerão problemas como esses”, disse.

Foto: Karime Xavier/Folhapress

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