As centrais sindicais brigam com o governo por causa das medidas que mexem na legislação trabalhista, mas o maior medo dessas entidades tem a ver com o que pode acontecer no Congresso. Na avaliação dos sindicalistas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai aproveitar a discussão aberta com a apresentação do pacote trabalhista e agir para facilitar a contratação de funcionários como pessoa jurídica. Esse tipo de terceirização de mão de obra é defendido por amplos setores do empresariado.

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Não faça o que eu faço
Embora se oponham à pessoa jurídica individual, as centrais e muitos sindicatos adotam essa prática na contratação de seus funcionários. Se as entidades que representam os trabalhadores fossem coerentes nas propostas que defendem, certamente estariam mais fortalecidas nas negociações em torno do pacote do governo. Só no gogó, fica difícil.

Então, a fila pode andar 
A Controladoria-Geral da União nega que auditorias estejam paradas à espera de autorização do ministro Valdir Simão, conforme noticiado nesta coluna. A CGU diz que apenas as viagens internacionais dependem da chancela do ministro. As reclamações partiram de técnicos do órgão.

Ministro do tempo   
A crise hídrica transformou o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em especialista em meteorologia. Todos os dias ele lê cinco boletins sobre o assunto. Braga torce muito pela formação de uma zona de convergência no Atlântico Sul para reabastecer os reservatórios.

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Investimentos na crise
No governo Lula, a aposta em grandes hidrelétricas ofuscou o crescimento do setor independente de produção de energia. Com a crise atual, o governo procura empresários para garantir um plano B em caso de apagão. Com isso, o setor pode ser um dos poucos a lucrar em 2015.

A mágoa de Renan
O embate entre Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG) no plenário teve um precedente. Antes de ser eleito, Renan visitou Aécio para pedir apoio. O mineiro respondeu que a alternância no poder é saudável e que os tucanos tentariam trocar o comando da Casa.

Minissérie reveladora
A minissérie “Felizes Para Sempre”, da TV Globo, virou assunto obrigatório nas conversas das mulheres dos parlamentares. A obra de ficção mostra o cotidiano de Brasília com cenas escancaradas de corrupção e farras com belas garotas de programa. O enredo abriu o olho das esposas: “Então é isto que vocês vão fazer em Brasília?!”

Controle
O presidente do PROS, Euripedes Junior, proibiu os parlamentares do partido de indicar assessores parlamentares sem autorização da Executiva Nacional. O dirigente quer evitar ruídos que atrapalhem os movimentos dos ministros Cid Gomes e Gilberto Kassab para a recriação do Partido Liberal (PL).

O fim do cartel de defesa
Os advogados que defendem diretores de empreiteiras investigadas pela operação Lava Jato agora estão divididos. Até o fim de 2014, as defesas organizaram estratégias afinadas para sustentar a tese de que as empresas precisavam sucumbir ao esquema de corrupção para manter contratos com a Petrobras. À medida que as investigações avançaram, o juiz Sérgio Moro orientou os integrantes da força-tarefa a ressaltarem diferenças no modo de atuação de cada uma das empreiteiras envolvidas. Com isso, a produção de provas se individualizou e os advogados tiveram que dissolver o “cartel” de defesa conjunta.

Negócios na 25 de Março
Os irmãos Salim e Milton Taufic Schahin, que possuem contratos bilionários de aluguel de navios-sondas para a Petrobras, têm estreitas ligações com o comércio da 25 de Março. A Operação Lava Jato tem indícios de que o esquema de lavagem de dinheiro do Petrolão usava o comércio local para simular operações de importação para o envio de remessas ilegais para o exterior.

Toma lá dá cá

Deputado Alberto Fraga, presidente do DEM no Distrito Federal

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ISTOÉ – O DEM vai se fundir com o PTB?
Fraga –
Isso vai ser debatido no encontro com a Executiva Nacional. O DEM está buscando um caminho, mas isso tem de acontecer rapidamente. O PTB é um bom partido, o problema é que pertence à base do governo. Eu não gostaria de ser base de Dilma Rousseff. 

ISTOÉ – Existem outras opções?
Fraga –
Havia um comentário de fundir com o PSDB, mas há impasses regionais, como o do senador Ronaldo Caiado em Goiás, que impediriam.

ISTOÉ – O partido sobrevive sozinho?
Fraga –
Somos sobreviventes, quem se elegeu é porque tem densidade política. É muito traumático. Já fomos o maior partido, agora somos o nono. Até para pedir verificação de quórum fica difícil.

Rápidas

* Uma comitiva de parlamentares ligados ao movimento de combate à corrupção pretende visitar o STF para pedir ao ministro Gilmar Mendes que devolva ao plenário a ação sobre reforma política. Com isso, eles querem acabar com as doações eleitorais privadas.

* Na fila de pedidos de CPI na Câmara está um requerimento do PSOL para investigar irregularidades nos serviços oferecidos pelos planos de saúde. Os parlamentares do partido acreditam que a comissão tenha poucas chances de ser autorizada por Eduardo Cunha.

* No ano passado, Cunha demonstrou simpatia pelo setor de planos de saúde. Na votação de uma medida provisória, ele fez uma manobra regimental para incluir uma redução nas multas aplicadas às operadoras dos planos que não cumprem contratos. Dilma vetou.

* De volta ao Congresso Nacional, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) promete dar muito trabalho para o Palácio do Planalto. Ele diz que vai fazer uma oposição madura, mas “não apaziguadora”. Ou seja, o baiano não vai dar trégua para Dilma Rousseff.

Retrato falado
Derrotado na eleição da Mesa Diretora da Câmara, o PT precisou admitir os erros cometidos na condução de sua política de articulação institucional. Para abrir o diálogo com os aliados, o partido decidiu apoiar a presidente Dilma Rousseff na escolha do deputado José Guimarães (PT-CE) para a liderança do governo na Câmara. O novo líder reconhece que o Palácio do Planalto foi derrotado no dia 1º de fevereiro e sabe que não terá vida fácil em 2015.

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O apelido de Chinaglia
Muitos servidores festejaram a derrota do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara. Quando ocupou o cargo, no biênio 2007/2008, o petista pôs em prática algumas medidas de austeridade que desagradavam aos funcionários. Ele costumava, por exemplo, encerrar as sessões às 18h59 para não pagar horas extras. Com esse procedimento, ganhou o curioso apelido de “um para as sete”.

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Lavanderia Barusco
Pivô da Operação “My Way”, o ex-gerente de engenharia da Petrobras Pedro Barusco possui, acreditem, uma lavanderia industrial na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio. Um dos clientes da lavanderia de Barusco foi o hotel Copacabana Palace.

Fotos: Danilo Verpa/Folhapress; Gustavo Bezerra/PT; Roberto Castro / AG. ISTOE
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo