Dona de um corpo escultural e considerada um dos maiores símbolos sexuais da história, a diva americana Marilyn Monroe (1926-1962) cultivava hábitos alimentares um tanto peculiares. Todos os dias, pela manhã, ela tomava dois ovos crus batidos em um copo de leite quente. No restante do dia passava fome e só à noite comia um pedaço de carne, fígado ou cordeiro, acompanhado de cinco cenouras cruas e seguido por um calórico sundae com calda de chocolate, de sobremesa. Apesar de estranha, a fórmula era atestada por Marilyn como o segredo para seu físico invejável. Por mais extravagantes ou perigosas que possam ser, as dietas das famosas sempre geraram muita curiosidade e agora têm inspirado o lançamento de livros e até de novos negócios. No recente “I’ll Have What She’s Having” (“Eu vou comer o que ela está comendo”, em tradução livre), ainda sem publicação no Brasil, a escritora americana Rebecca Harrington conta como foi experimentar no dia a dia os cardápios de 14 celebridades, entre elas Marilyn, Elizabeth Taylor, Madonna, Beyoncé e Gwyneth Paltrow. “A dieta de Marilyn foi a pior de todas. Eu me sentia constantemente enjoada e quase desmaiei no metrô um dia”, disse Rebecca à ISTOÉ. “Agora eu entendo por que a vida dela era tão difícil”, diz.

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A ideia de testar o menu das estrelas surgiu depois de Rebecca constatar o quanto as pessoas se interessavam por esse assunto. “Se você digitar o nome de uma atriz ou cantora na internet, logo saberá o que ela come”, diz. Essa curiosidade levou as próprias celebridades a transformar suas dietas em negócio. A cantora americana Beyoncé, por exemplo, acaba de lançar um serviço de entrega de refeições veganas (sem qualquer ingrediente de origem animal) chamado “22 Days Nutrition” (“22 Dias de Nutrição”), que faz referência a um princípio defendido pela artista de que é possível mudar qualquer hábito ruim em 22 dias. No cardápio estão pratos, como sopa de repolho e lentilha, diferentes de uma dieta radical já praticada pela cantora que incluía apenas limonada com pimenta e xarope de bordo por três dias. As atrizes Cameron Diaz e Gwyneth Paltrow, por sua vez, assinaram recentemente livros em que dividem receitas e dicas práticas para uma vida mais saudável. O cardápio de ambas foi testado por Rebecca, que aprovou o menu de Gwyneth. “A dieta dela é deliciosa e nutritiva. Pena que seja tão cara”, disse a autora, que chegou a gastar US$ 155 (R$ 425) para uma semana de alimentação seguindo o cardápio da bela loira.

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Já os hábitos alimentares da eterna Cleópatra, Elizabeth Taylor (1932-2011), e da cantora Madonna, fizeram Rebecca passar mal do estômago, e não do bolso. Seguindo as receitas de Liz, a escritora experimentou um sanduíche de bife com pão lambuzado de manteiga de amendoim (“dei três mordidas e joguei fora”). Na dieta de Madonna o problema foram as porções irrisórias de comida. “Eu vivia com fome, quase morri”, diz a escritora.

Na opinião da nutricionista Silvia Papini, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), as loucas dietas das famosas podem trazer riscos à saúde. “O corpo humano foi programado para receber todos os nutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e fibras) e essas dietas mais radicais não oferecem isso”, diz. Outro ponto apontado como perigoso pela especialista é a perda de peso acelerada que alguns desses regimes prometem. “Esse emagrecimento maluco quase ‘para’ o funcionamento metabólico e, quando o indivíduo volta comer, engorda muito mais rápido e mais do que emagreceu.” Depois de testar todas as receitas, Rebecca manteve praticamente o mesmo peso de antes, mas diz ter aprendido uma lição. “Celebridades são lindas e a gente sempre tenta achar um jeito de ficar parecida com elas. Mas quando você passa a comer como uma celebridade acaba ficando com pena delas”, diz.

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Fotos: Divulgação


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