Crise nas oposições
Com Itamar Franco desistindo de concorrer à presidência do PMDB, está ressuscitado o convite que o principal cacique do PDT, Leonel Brizola, fez há algum tempo ao governador de Minas: que ele seja candidato a presidente da República pela legenda trabalhista. Não há em Brasília hoje quem aposte um centavo na permanência de Itamar no PMDB. O mais provável é que ele aceite o convite de Brizola e vá para o PDT. O problema é que isso abre uma crise no partido. Depois de Brizola, a maior liderança nacional dos pedetistas é seu líder na Câmara, Miro Teixeira. Logo que Brizola abriu as portas da legenda para a candidatura de Itamar, Miro Teixeira o procurou: “Você pode estar selando a derrota das oposições em 2002. O Itamar nos divide. Nós devíamos apoiar o PT, o Lula. Eu agora vou cuidar da minha campanha eleitoral no Rio.” A conversa foi relatada por Miro a um grupo de amigos na quarta-feira 8. Antes de saber que Itamar desistira de concorrer à presidência do PMDB, o pedetista especulava: “Eu acredito que o Itamar acabará sendo candidato pelo PFL. Torço é para que o PDT não embarque nessa aventura.”

A magia das contas públicas
O secretário interino de Previdência Complementar, José Roberto Ferreira Savóia, deverá ser efetivado no cargo. Ele deixou feliz da vida o ministro Roberto Brant ao fechar um acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Previdência Privada (Abrapp) que resolve de vez o problema dos fundos de pensão com o Imposto de Renda. Os fundos pagarão R$ 500 milhões ao cofres públicos por mês. Mas têm liberados quase R$ 10 bilhões que eram obrigados a manter provisionados para pagar a conta.

O calcanhar de Tasso
O presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, Wellington Landim, rompeu com seu guru, o governador Tasso Jereissati (PSDB) e está de malas prontas para o PMDB. Na oposição, Landim anunciou que deverá instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar a quebradeira do antigo Banco do Estado do Ceará, o BEC. Seus aliados dizem que é uma CPI com endereço certo: bate no atual governador, Tasso Jereissati, no ex-governador Ciro Gomes (PPS) e no senador Sérgio Machado, hoje no PSDB, mas prestes a deixar o partido. O requerimento para a CPI precisava de 12 assinaturas. Já tem 21.

Serra versus Roseana
Na terça-feira 7, o ministro da Saúde, José Serra, inaugurou sua tropa de choque de parlamentares para a campanha a presidente da República em 2002. Até aí, tudo bem. O problema foi o local. Serra escolheu um jantar em Brasília na casa do deputado Sebastião Madeira (PSDB-MA), arquiinimigo da governadora Roseana Sarney (PFL). Como as relações de Serra com os pefelistas já não andam boas, o tal jantar só fez piorar as coisas.

Juras secretas
O presidente Fernando Henrique teve um encontro sigilosíssimo com o presidente interino do Senado, Edison Lobão. Disse cobras e lagartos do PMDB. Prometeu entregar a coordenação política do governo ao PFL em troca da aliança para a eleição de 2002.

Rápidas

A exemplo do PSDB, a direção nacional do PMDB também vai intervir na seção capixaba do partido. Motivo: a cessão do horário do PMDB na tevê ao governador José Ignácio.

O governador do Rio, Anthony Garotinho, invadiu a Fortaleza de Tasso Jereissati e Ciro Gomes. Iniciou a transmissão local de seu programa na Rádio Melodia.

Trem da alegria na PF: há um forte lobby para promover escrivães e outros policiais a delegados federais sem o devido concurso, conforme exigência legal.

“O Malan não será candidato a presidente da República’’
Do presidente nacional do PSDB, José Aníbal, deixando claro que o partido não aceita a candidatura do ministro da Fazenda.