Quase tão londrino quanto o Big Ben, Hugh Grant, o galã de cabelos cuidadosamente partidos ao meio, que não consegue dizer nem mesmo o próprio nome antes de britanicamente fazer uma ponderação, virou marca registrada do cinema inglês. Só que em O diário de Bridget Jones (Bridget Jone’s diary, França/Inglaterra/ Estados Unidos, 2001), cartaz nacional na sexta-feira 17, seu reinado foi chacoalhado por uma presença feminina. Ela é Renée Zellweger, 32 anos, heroína da história calcada no best seller da jornalista inglesa Helen Fielding, contando as experiências de uma solteirona e sua luta pelo equilíbrio emocional e financeiro, pela perda das gordurinhas e pela conquista do homem ideal.

A texana Renée – descendente de suíços e noruegueses, ex-namorada do comediante Jim Carrey e ganhadora do Globo de Ouro por A enfermeira Betty – realmente convence na pele da inglesinha Bridget Jones do título. Na ânsia de ganhar o papel, ela chegou a trabalhar incógnita numa editora londrina. Seu único problema durante as filmagens foi perder o corpo atlético para encarnar o estilo “sanfona” de Bridget, que alterna pizzas e doces com dietas espartanas. Para manter o estilo que atraiu trintonas de todo o mundo – o livro e sua sequência, Bridget Jones – no limite da razão, só é superado em vendagem para a série Harry Potter –, a própria autora colaborou no roteiro. O tema central é a indecisão de Bridget entre seu insinuante chefe Daniel Cleaver (Grant) e Mark Dacy (Colin Firth), o inseguro amigo de infância. Como se vê, a história não apresenta nada de novo. Mas, contando com personagens hilariantes, entre eles o astro pop gay Tom (James Callis),
e a participação inusitada do escritor indiano naturalizado
inglês, Salman Rushdie, o filme diverte sem comprometer.
Exatamente como o livro.


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