Ação anti-Ciro
O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), praticamente desistiu de se filiar ao PMDB. Apesar de ter recebido um telefonema do governador do Rio, Anthony Garotinho, convidando-o a assinar ficha do PSB, Sérgio Machado está de olho em outro partido. É que o presidente Fernando Henrique o aconselhou a entrar no PTB. Isso mesmo: a agremiação que já anunciou apoio à candidatura de Ciro Gomes (PPS) para presidente da República. Em tempo: na política cearense Ciro está fechadíssimo com o governador Tasso Jereissati no ódio a Sérgio Machado. Filiando o senador governista ao PTB do Estado de Ciro, FHC acha que estará dando um empurrãozinho definitivo para separar os petebistas do candidato oposicionista. Sérgio Machado leva no bolso inclusive um convite para, depois, assumir o cargo de líder do governo no Senado, como representante do PTB na coordenação política do governo. E, assim, o partido estará definitivamente separado de Ciro. Coisa para Maquiavel nenhum botar defeito.

E o PTB fica com o FAT
O governo anda mesmo com mil afagos para o PTB. Acaba de ser empossado o novo presidente do Codefat, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Era a vez do sindicalista Alemão, da Social Democracia Sindical (SDS), assumir o cargo. Mas o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, articulou-se com Paulinho Pereira da Silva, presidente da Força Sindical e vice do PTB. Paulinho poderia indicar quem quisesse. E ele colocou no cargo Canindé Pegado, da CGT, a central sindical mais fraca do momento. “Vão gerir R$ 1,5 bilhão em ano eleitoral. É uma loucura!”, protesta Alemão.

Inutilidade pública
Na quinta-feira 2, o Ministério da Saúde provocou uma tremenda confusão num dos principais serviços de atendimento médico do Rio. Trata-se do Hospital Moncorvo Filho, que tem centro de referência ginecológica da UFRJ. O Sistema Unificado de Saúde (SUS) deu uma incerta no hospital e verificou uma série de irregularidades administrativas na área de radiologia. Em vez de punir os culpados, resolveu suspender o atendimento aos pacientes que não tinham culpa nenhuma.

 

A mão que apedreja…
Essa é inédita na política. O governador do Piauí, Mão Santa (PMDB), deu entrevista coletiva em seu Estado, anunciando que desconfia de corrupção em seu secretariado. Por causa disso, não irá mais concorrer a nenhum cargo eleitoral. Promete ficar até o último dia no governo vigiando seus secretários. “Nunca vi isso, o governador agora quer ser o líder da oposição”, protesta o deputado Heráclito Fortes (PFL-PI).

Juras secretas
O presidente Fernando Henrique teve um encontro sigilosíssimo com o presidente interino do Senado, Edison Lobão. Disse cobras e lagartos do PMDB. Prometeu entregar a coordenação política do governo ao PFL em troca da aliança para a eleição de 2002.

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Rápidas

FHC bem que gostaria de ver Pedro Malan como candidato a presidente. Mas acha que as Organizações Globo estão forçando muito a barra. Prefere José Serra.

Vida de ministro do TCU é mesmo boa. O ex-senador Valmir Campelo (PTB-DF) embolsou R$ 24,5 mil em diárias por conta da fiscalização em três embaixadas que fará neste mês.

Afrísio, irmão do líder do PMDB Geddel Vieira Lima, não foi designado diretor-geral da Câmara, como se especulou. Mas o presidente Aécio Neves tem-lhe dado todo prestígio.

Presidente do Conselho de Ética, Gilberto Mestrinho informa: a senadora Heloísa Helena (PT) vai arquivar o processo contra o pefelista Luiz Octavio, que desviou recursos do BNDES.

Um advogado tentou vender ao senador acossado Jader Barbalho dossiês sobre membros da alta cúpula do tucanato. Os fatos foram checados e o negócio não se completou.


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