GWYNETH: sob a direção do papai

Á primeira vista, Duets – vem cantar comigo (Duets, Estados Unidos, Canadá, 2000) – estréia na sexta-feira 2 em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte – parece uma cópia simplificada de Nashville, a obra-prima de Robert Altman, de 1975. Ou seja, pessoas cheias de problemas, partindo de todos os pontos dos Estados Unidos, em busca da redenção. Aqui, a meca da música country retratada por Altman foi substituída por Omaha e o megabrega festival Grand Ole Opry por um prosaico concurso de karaokê, para onde se dirigem, entre outros, a infantilizada Liv (Gwyneth Paltrow), o fracassado Rocky (Huey Lewis), o desesperado Billy (Scott Speedman) e o calculista Reggie (Andre Braugher). O diretor Bruce Paltrow, pai de Gwyneth, a exemplo de Altman, quis todo o elenco cantando de verdade. À exceção de Braugher, dublado pelo cantor Arnold McCuller, e de Speedman, que não sobe no palco. O papel deveria ser de Brad Pitt, mas ele se separou de Gwyneth pouco antes do início das filmagens e a Columbia desistiu do projeto. Com a Disney, os problemas continuaram porque a empresa não gostou nada do roteiro contendo cenas de violência e erotismo – a personagem de Bello, por exemplo, usa o corpo como um cartão de crédito. De qualquer forma, acabaram concordando e o resultado é um filme entre o lacrimoso e o simpático. Obras-primas não são reproduzidas com facilidade.