Para muita gente, emagrecer é sinônimo de sacrifícios à mesa. Mas cada vez mais pessoas estão procurando uma forma menos dolorosa de perder peso. Elas estão se entregando às técnicas da medicina alternativa, como a acupuntura e a fitoterapia (tratamento com remédios produzidos a partir de plantas). Na clínica da terapeuta corporal Alice Keiko, de São Paulo, a procura por esses métodos é crescente. “Há um ano, atendia três pacientes por semana. Hoje, são cinco por dia”, conta. Na clínica Kyron, também em São Paulo, o interesse dos clientes obrigou os responsáveis a contratar um especialista. Desde novembro, trabalha na clínica um endocrinologista especializado em medicina chinesa e que combina acupuntura e fitoterapia.

A razão do grande interesse é o fato de as técnicas privilegiarem o bem-estar e o controle da ansiedade. “A ansiedade leva algumas pessoas a abusar da comida. E os métodos podem agir sobre órgãos que, por não funcionarem direito, causam ganho de peso”, explica Alice Keiko. A terapeuta utiliza acupuntura, shiatsu (um tipo de massagem) e o qi kong, uma ginástica de movimentos suaves.

De acordo com a medicina oriental, a acupuntura e o shiatsu tratam o corpo ao fazer a energia circular corretamente pelos meridianos, canais energéticos conectados aos órgãos. Os alvos principais dessas terapias são os meridianos relacionados ao rim, à bexiga, ao baço, ao fígado, ao estômago e ao intestino. “Trabalhamos com esses órgãos para ajudar o corpo a eliminar líquidos e melhorar a absorção de nutrientes, além de tratar a ansiedade”, explica Alice. A artista plástica Mara Bracci, 42 anos, recorreu a essas técnicas. “Tenho o biotipo magro, mas uma vez precisava desfilar de maiô e minhas pernas estavam inchadas. Consegui eliminar o excesso de líquido”, conta.

Alan Rodrigues
Para se livrar do inchaço nas pernas, Mara fez acupuntura

No caso do qi kong, que envolve exercícios de respiração e alongamento, os meridianos também são “tocados”. “Seus movimentos são leves, mexem com vários meridianos e liberam toxinas”, garante Alice. Para o médico Ysao Yamamura, chefe do setor de medicina chinesa e acupuntura da Universidade Federal de São Paulo, a combinação de técnicas tem mais um benefício. “A acupuntura e o shiatsu fazem a energia circular e o qi kong faz a mente trabalhar”, explica. Mas ele alerta: “É importante conversar com o paciente e estabelecer uma meta”. A promotora de turismo Ilma Wang tinha estabelecido um objetivo quando entrou num programa de medicina alternativa para emagrecer, em dezembro. Ela estava com 83 kg. “Emagreci dois e quero chegar a 77”, diz. Para Ilma, o processo não é tão rápido, mas não importa. “Quero ter equilíbrio entre corpo e mente para perder peso do jeito adequado e manter uma boa saúde”, conclui.


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