Alckmin: uma bomba no PSDB

Todos em Brasília sabem que o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, não morre de amores por seu correligionário Antônio Carlos Magalhães. Mas uma coisa é inegável. Desde o início da crise entre ACM e o presidente Fernando Henrique Cardoso, Jorge Bornhausen não tem feito outra coisa senão procurar soluções para o impasse na aliança governista. Por um simples motivo: Bornhausen sabe que os pefelistas não sobrevivem sem o governo. E que seu partido também pode ser implodido por ACM. Em outras palavras, o PFL está entre a cruz e a caldeirinha. Daí o “Alemão” (como Bornhausen é chamado) viver em busca de uma saída. E sua última idéia passa por São Paulo. Assim como quem não quer nada, o presidente do PFL disse ao presidente da República que será mais fácil convencer ACM e seu partido a permanecer na aliança governista se o candidato à sucessão presidencial em 2002 for o governador interino de São Paulo, Geraldo Alckmin. É verdade. O nome circula bem no PFL e não passa mal no PMDB. Mas desencadeia uma guerra dos diabos no PSDB. José Serra e Tasso Jereissati que se cuidem!

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Pressão na família
O prefeito do Rio, César Maia, está sendo pressionado pelo filho, o deputado federal Rodrigo Maia (PTB-RJ), para não se filiar ao PPS de Ciro Gomes. Até porque o prefeito tem sonhos de se tornar dono do PTB. Além disso, quem sabe, negociar com outros partidos (incluindo o PFL) a participação em uma das chapas presidenciais nas eleições de 2002.

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Ternura às favas!

André Dusek

Che Guevara é o guru da senadora Heloísa Helena (foto). Foi ele quem disse: “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura.” Mas, no caso da guerra contra Antônio Carlos Magalhães, a líder do PT de Alagoas lançou às favas a ternura: “Vou cobrar na Justiça uma indenização por ele ter dito que votei contra a cassação de Luiz Estevão. Depois, talvez troque a indenização por uma pena de trabalho comunitário. Quem sabe eu consigo mandar o coronel trabalhar no Carandiru?”

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Momo magro

Foi um reinado magro para um grupo que já viveu dias de confete e serpentina. Com ACM na oposição, o maior palco político do Carnaval baiano, o camarote da Prefeitura em Salvador, que já teve o peso de Pedro Malan, Inocêncio Oliveira e Jorge Bornhausen, andou às moscas. O ex-ministro Waldeck Ornelas deu uma rápida passada
e sumiu. Rodolpho Tourinho, outro carlista demitido, só deu as caras no palanque de Daniela Mercury. Ali do lado, fez sucesso mesmo um camarote de anticarlistas, reunindo os deputados Jutahy Magalhães Júnior (PSDB) e Nelson Pellegrino (PT). Caíram na folia com o ministro Sarney Filho, que é do partido de ACM, o PFL.

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Bolso vazio

Uma das raras autoridades no camarote oficial, o prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy, estava com a cabeça longe da fuzarca. Com a birra de ACM, quer saber agora como vai arranjar dinheiro federal para o metrô e outras promessas de campanha

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Rápidas

Tititi no PMDB em Brasília: Na sexta-feira 2, a cúpula peemedebista tentava confirmar a notícia de que o governador de Minas, Itamar Franco, já teria se filiado ao partido, na surdina.

O deputado Inocêncio Oliveira anda tão ligado a Antônio Carlos Magalhães, mas tão ligado que seus verdadeiros padrinhos em Pernambuco já pensam em indicar outro líder no PFL.

A doença de Mário Covas abafou a guerra que vai estourar no PSDB de São Paulo. Entre o vice Geraldo Alckmin, o secretário José Aníbal e os ministros José Serra e Paulo Renato Souza.

Quem aproveitou o Carnaval foram os amigos Ciro Gomes, candidato do PPS à Presidência, e Tasso Jereissati, governador tucano do Ceará. Já se acertaram para a eleição de 2002.