AFP

Os relógios de Seattle (Estado de Washington, costa oeste dos EUA) marcavam 10h54 do último dia de fevereiro, quarta-feira 28, quando o megaempresário Bill Gates, fundador e presidente da Microsoft, que dava uma conferência no Hotel Westin para cerca de 500 pessoas, foi surpreendido por um violento abalo sísmico. Em meio a gritos de desespero, muitas pessoas caíram no chão e o próprio Gates foi retirado às pressas da sala de conferências. O pesadelo durou terríveis e intermináveis 45 segundos. Refeito do susto, o dono da Microsoft teve fôlego para retomar a palestra.

AFP
Bill Gates falava para 500 pessoas quando o tremor começou, deixando um rastro de destruição por todos os lados

O terremoto, com 6,8 graus na escala Richter, matou uma mulher idosa e deixou cerca de 50 pessoas feridas, mas provocou tamanho pânico que obrigou milhares de habitantes da cidade a sair de suas casas. Pelo menos 20 mil residências ficaram sem energia elétrica. O prédio do Capitólio (Assembléia Legislativa) da cidade de Olympia, capital de Washington, localizada a 16 quilômetros do epicentro, sofreu rachaduras. Cerca de 30 pessoas ficaram presas no alto da Space Needle, a famosa torre de Seattle. O abalo, que deixou prejuízos da ordem de US$ 1 bilhão, também foi sentido ao norte, em Vancouver, no Canadá, e em Portland (Estado de Oregon), ao sul. Foi o mais forte tremor registrado na região em quase 52 anos. Na manhã de quinta-feira 1º, foi registrado um tremor secundário de 3,4 graus.

“O sismo foi bem mais profundo do que tem sido comum para os terremotos da região e por isso ele foi sentido numa área mais ampla e causou danos superficiais”, disse o geofísico John Bellini. Segundo os sismologistas, o tremor ocorreu a 50 quilômetros de profundidade. Apenas para comparação, um terremoto ocorrido em Los Angeles em 1994, com 6,7 graus na escala Richter – mas de epicentro bem mais raso –, matou 72 pessoas e causou prejuízos de US$ 15,3 bilhões. Em 1949, um abalo sísmico de 7,1 graus matou oito pessoas em Seattle.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias