O sujeito é uma “mala” e você é obrigado a conviver diariamente com ele, pisando em ovos para não ter um ataque. O que fazer? A atriz e diretora de teatro Bruna Gasgon, 47 anos, nunca estudou psicologia, mas tem faturado um bom dinheiro ensinando em workshops e palestras a lidar com pessoas insuportáveis. Não deixa de ser uma arte. Requisitada pelos departamentos de recursos humanos de empresas como a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e o Shopping Iguatemi, Bruna e outros atores interpretam os tipos de chatos mais comuns e as reações que eles merecem. Também realiza dinâmicas de grupo para a prática da “tolerância” com pessoas intragáveis por cachês que variam de R$ 1 mil a R$ 2 mil. A atriz, que se diz uma “pesquisadora do comportamento humano”, criou a receita contra os chatos com base na experiência pessoal, em livros de auto-ajuda e de psicologia. A notícia ruim, conclui a atriz, é que quem nasce chato morre chato. Não há remédio. “São os incomodados que devem mudar para compreender e neutralizar essas pessoas difíceis”, ensina Bruna.

Chato, na definição da atriz, é alguém com um comportamento recorrente que incomoda (leia quadro). Seus conselhos para uma convivência pacífica são fáceis só na teoria. A primeira regra é aprender a lidar consigo mesmo antes de enfrentá-los, os chatos. Também é bom engolir a raiva e ser simpático. Mas o psicólogo Ives De La Taille, da Universidade de São Paulo, afirma que dicas como essas nem sempre funcionam. “Elas são muito superficiais. Está se falando de virtudes que devemos alimentar em relação aos outros, até os chatos. Não é tão simples assim”, diz Taille. O ideal, segundo ele, é se isolar dos chatos ou usar o humor como arma. O que ninguém aconselha é a vingança, mesmo que o insuportável faça enfartar de raiva. Paciência, sempre.


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