O economista Ricardo Amorim conversou ao vivo com internautas pelo seu perfil no Twitter nesta manhã, 28/11. Durante 1h, o colunista da ISTOÉ e apresentador do Manhattan Connection respondeu a perguntas enviadas por leitores sobre o cenário econômico brasileiro.

Entre esclarecimentos a respeito da nova equipe econômica e o PIB nacional, Ricardo Amorim arriscou também palpites sobre futebol. “Mais fácil o Brasil ultrapassar os EUA em renda per capita que o Eurico Miranda fazer uma boa gestão no Vasco”, brincou.
 
Confira abaixo os principais destaques da conversa:
 
NOVA EQUIPE ECONÔMICA:
 
Para Ricardo Amorim, a reação do mercado ao anúncio de Joaquim Levy como ministro da Fazenda para o próximo mandato de Dilma Rousseff é bastante positiva, mas a dúvida sobre o quanto de autonomia ele terá ainda persiste. Entre os grandes desafios de Levy, o economista destaca enxugar o governo e “colocar a casa em ordem”. A nova equipe econômica, que também conta com Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central, precisará retomar a confiança das empresas e consumidores. “Se conseguirem, poderemos ter boas surpresas”, palpita. 
 
MODELOS ECONÔMICOS:
 
“O modelo interventor de Dilma não funcionou. A economia deve ser muito mais liberal”, afirma Ricardo Amorim, quando perguntado sobre as diretrizes econômicas para o próximo governo. Ele ainda aposta em novas formas de melhorar o saldo comercial, com um mercado mais livre e aberto. ”Protecionismo gera país caro, não país rico”, defende.
 
PROGRAMAS DO GOVERNO:
 
Quando perguntado sobre os programas sociais do governo, o economista foi categórico. “A renda do Bolsa Família impulsiona o consumo e a atividade econômica, principalmente nas regiões mais pobres”, assegura. Acrescentou ainda que o impacto de programas como o ProUni e o Ciências sem Fronteiras é positivo, e que suas consequências abrangem esferas muito além do empreendedorismo. “Melhorar a educação é chave para melhorar o país”, garante. 
 
PROBLEMAS DO BRASIL:
 
De acordo com Ricardo Amorim, um dos problemas do Brasil é a falta de oferta frente à grande demanda. Para resolvê-lo, o economista defende que é preciso encarar não apenas suas consequências, mas suas causas. Outro gargalo enfrentado pela economia brasileira é a ineficiência administrativa no setor público. “Há 2 anos, estimei em R$ 100 bilhões o custo anual da corrupção. Talvez seja mais, mas a má gestão custa ainda mais para o Brasil”, afirma. O economista explicou também que o motivo da inflação ter crescido nos últimos anos foi o aumento dos custos de produção. “Se as pessoas pararem de comprar, a inflação para de subir. O melhor jeito de a população ajudar é boicotar preços abusivos”, aconselha.
 
PREVISÕES PARA 2015:
 
“O que esperar da Bolsa de Valores para 2015?”, perguntou um dos internautas. Para Ricardo, o sucesso da política econômica e o cenário externo é que vão responder. Já para a economia brasileira, apesar do cenário negativo, ele acredita haver solução. “Do ponto de vista econômico, as saídas são simples. As condições políticas para implementá-las são o problema”, opina. Uma saída que deverá ser tomada pelo governo é apostar em peso no agronegócio. “O setor é um dos motores de crescimento do país, o que justifica a indicação de Katia Abreu para o Ministério da Agricultura”, finaliza.
 
Você pode ler a íntegra do bate-papo aqui.


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