Monovolume: você ainda vai ter um. O que se esconde atrás desse termo geométrico é um automóvel onde motor, habitáculo de passageiros e porta-malas formam um único volume em termos de contorno de carroceria. Também conhecidos como minivans, eles foram apontados como a grande tendência de consumo na 58ª edição do Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha. A quantidade de estréias no segmento é tão expressiva que, dentro de dois anos, a indústria automobilística brasileira estará produzindo – ou importando – uma diversidade maior deles do que, por exemplo, de picapes. Sem contar Mercedes Classe A e Renault Scénic, que já dão o ar da graça por aqui, modelos como Chevrolet Zafira, Citroën Picasso e Chrysler Java (com nome provisório) estão confirmados como futuros carros na-cionais. Acrescente-se a eles os importados Chrysler Caravan, Kia Carnival, Joice e Carens, Mazda MPV, Daihatsu Gran Move, Mitsubishi Space Wagon e Fiat Multipla. E considere-se ainda a hipótese de ver a versão nacional de estrelas como Audi A2 e Toyota Yaris Verso.

Criados a pouco mais de uma década, quando a Renault lançou em 1985 a Espace, o segmento proliferou-se rapidamente. Contrariando conceitos antigos de aerodinâmica, o teto desses carros é alto, o que amplia o espaço para os passageiros e permite encurtar o comprimento total. Além das vantagens naturais de conforto e em manobras de estacionamento, eles ainda trazem ganhos na dirigibilidade. Por es—tar posicionado em um banco cerca de 20 cm acima dos demais, o motorista ganha em visibilidade e se sente um privilegiado no trânsito. Assim, nenhuma marca de expressão foge à necessidade de criar seu modelo. Tanto que a grande vedete da feira foi o Audi A2. Sobretudo, por duas características muito particulares: dimensões compactas (3,82 metros de comprimento, ou 6 cm mais curto que um Gol) e construção da carroceria em alumínio e plástico. Leonardo Senna, diretor da Senna Import, empresa que responde pelas vendas da marca no País, considera a chance de fabricar o A2 no Brasil nos próximos anos.

A General Motors, por sua vez, tomou emprestado um modelo de sua subsidiária alemã, a Opel, e confirmou a vinda da Chevrolet Zafira para o Brasil em setembro de 2000. Irá duelar com a Fiat Multipla, capaz de levar seis passageiros, e a Renault Scénic que, em Frankfurt, experimentou sua primeira reestilização. A minivan francesa, comercializada aqui desde março, é a prova de que o segmento começa a atrair o brasileiro – já vendeu mais de 10 mil unidades. “A Scénic antecipa o desejo de consumo e as necessidades de transporte do consumidor”, aponta Luc-Alexandre Menard, presidente da Renault do Brasil. Outra francesa, a Citroën, aproveitou o salão para mostrar as formas finais do Picasso, modelo que será montado em Porto Real (RJ) a partir de 2001. Nesse mesmo ano deve chegar o Chrysler Java, produzido em Juiz de Fora (MG), utilizando parte dos componentes do Classe A. De tão importante, o segmento dos monovolumes – e o mercado brasileiro – marcam com esse projeto a primeira ação conjunta dos recém-casados Daimler-Chrysler.