A bomba que explodiu no quarto andar do Ministério da Fazenda em São Paulo, no Dia dos Namorados, teve como objetivo “amedrontar” oito funcionários do Departamento de Administração do órgão para que não contem à polícia tudo que sabem sobre o esquema de falsificação de pensões do Ministério da Fazenda, em São Paulo, existente desde 1990. É o que afirma o delegado Nivaldo Bernardi, da Polícia Federal. Na semana passada, a Delegacia de Repressão e Prevenção a Crimes Previdenciários prendeu o servidor da Receita Federal Gérson de Oliveira, 46 anos. Agente administrativo do Ministério da Fazenda, Oliveira confessou fazer parte de uma quadrilha especializada em fraudar pensões. Em seu poder, a PF encontrou inúmeros cartões magnéticos de instituições bancárias em nome de diversos correntistas, além de outros documentos incriminadores. Oliveira, em seu depoimento, contou que a quadrilha usa o Serviço de Processamento de Dados para aplicar o golpe e que ao todo existem 200 processos irregulares. Segundo o delegado, Oliveira é peixe pequeno e há gente graúda envolvida. Sozinho, Oliveira movimentava 12 pensões, que rendiam benefícios mensais entre R$ 5 mil e R$ 11 mil. Os valores correspondem a salários de auditores fiscais. “Ele confessou o crime e apontou oito colegas, todos do Departamento de Administração do Ministério da Fazenda, que estão sendo investigados”, afirmou Bernardi. Em São Paulo existem 3,2 mil pensionistas do Ministério da Fazenda. O delegado Bernardi investigou e descobriu 54 benefícios fraudulentos. O total das falsificações chega a R$ 34 milhões. As investigações estão sendo ampliadas para outras capitais brasileiras. Há dois anos, golpe semelhante foi detectado em Rondônia. O prejuízo aos cofres públicos chegou a R$ 500 mil e vários servidores foram demitidos.