O ultimato de Tasso
Não foi por acaso que o governador do Ceará, Tasso Jereissati, cobrou do presidente Fernando Henrique, na terça-feira 12, que o governo se afaste do PMDB. Tasso moveu sua pedra na política nacional de olho no cenário cearense. Se o governo federal permanecer atado ao peemedebista Jader Barbalho, o tucano desembarca da aliança governista e entra de peito aberto na campanha presidencial de seu amigo Ciro Gomes, do PPS. Tudo isso por quê? Porque o maior adversário de Tasso hoje no Ceará, que é o líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado, deverá se transferir para o PMDB no segundo semestre. Leva consigo o presidente da Assembléia Legislativa e uma parcela do tucanato local. Tasso avisou a FHC: a briga em seu Estado contra o PMDB será uma briga de morte. Segundo o governador do Ceará, ele não terá como apoiar o candidato de FHC à sua sucessão, se este for um aliado do PMDB – como o ministro da Saúde, José Serra.

PMDB de braços atados
A cúpula do PMDB governista tem evitado falar com a imprensa sobre as denúncias contra Jader Barbalho. Mas os líderes do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima, e no Senado, Renan Calheiros, o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, e o assessor especial da Presidência, Moreira Franco, nunca se falaram tanto ao telefone. Consenso do grupo: Jader Barbalho não tem mais condições políticas para permanecer na presidência do Senado. Deveria renunciar. Só que ninguém tem coragem de colocar o guizo no pescoço da fera. Então, o jeito é esperar que ele próprio sele o seu destino. Da mesma maneira que o PFL esperou pela renúncia de ACM.

A sombra de Eduardo Jorge
Articula-se no PSDB de Brasília, agora comandado pelos adversários de José Roberto Arruda, a expulsão do braço direito do ex-senador, Domingos Lamoglia. Aquele que recebeu das mãos de Regina Borges a lista com a violação do painel de votação do Senado. O grupo de Arruda já avisou que vai reagir. Apresentará um requerimento pedindo também que outra figura ilustre do tucanato seja desfiliada do PSDB local: o ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas.

Nova CPMF
O governo manda na semana que vem ao Congresso a nova proposta de prorrogação da CPMF. Marca uma vitória do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, na queda-de-braço com o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. Pela nova proposta, a CPMF não incidirá sobre as aplicações em Bolsas de Valores. Tudo para evitar que o dólar continue subindo.

A imagem de FHC
Pânico no Palácio do Planalto com uma pesquisa de opinião saída do forno. Tudo por causa de uma perguntinha do questionário: “Na sua opinião, qual a principal marca do atual governo?” Resposta da maioria dos entrevistados: a corrupção.

Rápidas

O governador do Piauí, Mão Santa (PMDB), ameaça radicalizar a guerra contra o PFL. Deve apoiar para a sua sucessão o vice-governador Osmar Júnior, que é do PC do B.

Do líder do PFL, Inocêncio Oliveira, em reunião da Executiva do partido: “Gasto 90% do meu tempo evitando debandada de deputados para o PSDB e o PMDB.”

As distribuidoras privadas de energia não pagam ao governo pela instalação de postes nas estradas. Mas cobram de quem quiser usá-los. Prejuízo para a União: R$ 20 milhões.