Quase 22 anos após o brutal assassinato de sua filha, a dramaturga Glória Perez assina uma minissérie sobre um matador de mulheres – “Dupla Identidade”, que estreia na sexta-feira 19, na Globo. Glória diz que o perfil do protagonista Edu, assassino em série interpretado por Bruno Gagliasso, é bem diferente do de Guilherme de Pádua, responsável pela morte de Daniela Perez, a filha da autora.

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ESPREITA
O ator Bruno Gagliasso, que interpreta o matador
Edu em "Dupla Identidade", queria muito o papel

“O assunto da série não são os psicopatas, mas sim o serial killer”, diz.
O elemento em comum entre eles estaria na frieza em ceifar vidas sem motivo algum. De importância vital para a trama é o trabalho da analista criminal Vera (Luana Piovani), que auxilia a polícia a identificar o matador de mulheres que aterroriza o Rio de Janeiro e a destrinchar seu perfil psicológico.

A Globo resolveu investir em um filão que já teve o sucesso testado pelo cinema e por séries estrangeiras. O personagem de Gagliasso se esconde atrás da máscara de um jovem adorável e trabalhador, que tem namorada (Débora Falabella) e reserva uma noite na semana para trabalhar como voluntário no GAV (Grupo de Apoio à Vida). Edu se torna um assassino frio que submete suas vítimas a torturas físicas e mentais antes de matá-las. O ator diz que tinha um desejo pessoal intenso de interpretar o papel. “Quando fiz o teste, não era apenas isso. Estava me preparando para um personagem que botei na cabeça que era meu”, conta.

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Luana Piovani vai viver Vera, a investigadora que precisa conhecer a mente dos assassinos que não aparentam nenhuma incorreção e, no entanto, cometem violências repetidamente, muitas vezes e quase sempre por longos anos. Ela e o restante do elenco tiveram aulas com a analista criminal Ilana Casoy, responsável pela solução de dezenas de casos do tipo. “Acho fundamental que a TV brasileira abra espaço para essa realidade pouco compreendida dos serial killers no País”, diz a também escritora, amiga pessoal de Glória Perez há 12 anos. “Aqui ainda é muito comum, por exemplo, que dados como um exame de DNA sejam ignorados durante uma investigação por conta de um testemunho em outra direção”, diz ela. “A Glória conhece muito bem esse universo, mas foi importante mostrar para os atores como o verniz social sob o qual ele se esconde beira a perfeição”, diz a especialista, que é, no dia a dia, o que Luana será em “Dupla Identidade”.

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Fotos: Rede Gobo; Divulgação